Dados do Trabalho


TÍTULO

MANEJO CLINICO E CIRURGICO NA SINDROME DE OGILVIE

OBJETIVO

A síndrome de Ogilvie resulta em dilatação intestinal não provocada por obstrução mecânica. Seu diagnóstico e manejo são essenciais a fim de se evitar possíveis complicações. Para tanto, esse trabalho aborda as principais formas de manejo clínico e cirúrgico e seus respectivos dados na literatura quanto à resolução dos casos.

MÉTODO

As buscas foram realizadas na biblioteca virtual em saúde (BVS), utilizando-se os seguintes descritores: SINDROME DE OGILVIE, SINDROME DE OGILVIE AND TRATAMENTO CIRÚRGICO, SINDROME DE OGILVIE AND COLONOSCOPIA. Inclui-se artigos em inglês, português e espanhol, dos últimos 5 anos.

RESULTADOS

A síndrome de Ogilvie ou pseudo-obstrução colônica aguda se caracteriza por uma dilatação do intestino grosso, de início rápido e progressivo, sem causa mecânica evidente. A fisiopatologia é explicada por uma possível supressão parassimpática e aumento da atividade simpática que resultam na atonia do cólon. Ao diagnóstico, nota-se distensão e dor abdominal, náusea e vômito. Deve-se excluir outras causas de distensão colônica. O tratamento inclui medidas conservadoras, uso da neostigmina, descompressão colonoscópica e, eventualmente, intervenção cirúrgica. A decisão pelo tratamento conservador se faz quando não há indícios de isquemia ou perfuração do cólon e se o diâmetro cecal estiver menor que 12cm. Nestes casos, o manejo inclui a correção de eletrólitos, ressuscitação fluídica, retirada de fatores contribuintes, como narcóticos e anticolinérgicos, identificação e tratamento de infecções, medidas como repouso intestinal, deambulação, posicionamento adequado e sonda nasogástrica e retal. O uso da neostigmina, a qual tem eficácia em 80% dos casos, promove a contratilidade e acelera o trânsito intestinal. A colonoscopia revela um cólon demasiadamente dilatado e ausência de mobilidade, sem, no entanto, obstrução ou lesão colônica. Seu uso está indicado quando não há evidências de peritonite ou perfuração colônica e cerca de 61 a 95% dos casos são solucionados. A intervenção cirúrgica será realizada em casos de isquemia ou perfuração colônica ou quando a síndrome não for resolvida com as terapias conservadoras, farmacológicas e endoscópicas. Cerca de 3 a 10% dos casos concorrem para complicações, havendo a necessidade de cirurgia. As complicações podem advir de perfuração intestinal, quando o ceco apresenta-se com mais de 10 a 12 cm de distensão ou a duração da distensão excede 6 dias. Nesses casos, recomenda-se realizar ressecção com anastomose. Se o cólon estiver viavel pode-se realizar ostomia. A mortalidade nessa linha de tratamento é considerável, quando comparado aos demais tratamentos.

CONCLUSÕES

Os variados manejos da síndrome de Ogilvie se mostram eficazes na maioria dos casos. A intervenção cirúrgica passou a ser reservada a casos específicos, especialmente quando as complicações decorrentes da pseudo-obstrução se fazem presentes. A mortalidade nos casos de cirurgia é elevada, o que demonstra a importância do manejo clínico na síndrome descrita.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Paula D`Avila Sampaio Tolentino, Ana Couto de Melo, Gabriela Ramos do Amaral, Nathália Lima Diniz, Débora Cristiane Rocha Braga, Ana Claudia Peres Costa, Elaine Júlian da Fonseca, Acimar Gonçalves da Cunha Junior