TÍTULO

SINDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Em pacientes com tumores intratorácicos uma complicação não tão frequente, mas importante, é a síndrome da veia cava Superior (SVCS) que apresenta-se clinicamente com edema de membros superiores, dilatação das veias do pescoço, pletora facial e cianose, além de cefaleia, dispneia, tosse e disfagia. A etiopatogenia, em geral, está associada à compressão extrínseca da veia cava por tumores intratorácicos. Por vezes o diagnóstico de SVCS vem concomitante ao diagnóstico do tumor, não raro já com metástase.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 50 anos, encaminhado ao Hospital Regional de Cáceres em agosto de 2018 para realização de drenagem. Relata tosse há trinta dias, sem expectoração, dispneia com piora progressiva, hiporexia, nega febre. Ao exame físico: regular estado geral, localizado e orientado no tempo e espaço, hipocorado, presença de circulação colateral em ambos hemitórax, edema de tórax, pescoço e face, dispneico, RCRBNF2T sem sopro, tórax com expansividade diminuída a direita, murmúrio vesicular abolido em base direita e diminuído em terço médio direito. Solicitado tomografia computadorizada de tórax que mostrou massa sólida em mediastino posterior junto ao brônquio fonte inferior direito, medindo 47 x 65 mm, condensação do lobo inferior direito e derrame pleural bilateral. A broncoscopia revelou lesão expansiva em brônquio fonte inferior direito, coletado material e enviado a patologia onde foi feito o diagnóstico de neoplasia de células pouco diferenciadas. Foi realizada a drenagem torácica, racionalizada a administração de volume, dando preferência pelo aporte através dos membros inferiores. Solicitada TC de crânio para rastreio foi observado massa nodular no cerebelo a esquerda, medindo 30 x 30 mm. Paciente foi estabilizado foi encaminhado ao serviço de oncologia para realização de radioterapia, conjuntamente as demais intervenções necessárias, para tentativa de regressão do tumor intratorácico e descompressão da veia cava superior.

DISCUSSÃO

A SVCS é condição associada, em 90% dos casos, à tumores intratorácicos. O suporte terapêutico pode ser oferecido tratando-a já como evolução de diagnóstico conhecido ou, como no caso relatado, ser um indício que substancie a investigação diagnóstica do tumor. O tratamento por radioterapia mostra-se eficiente em 70% dos casos, com regressão dos sinais sintomas.