Dados do Trabalho


TÍTULO

EXPLORAÇÃO VIDEOLAPAROSCÓPICA DE VIAS BILIARES EM HOSPITAL SEM CPRE: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO

Coledocolitíase é a presença de cálculo na via biliar principal. É classificada quanto a origem, sendo primária quando o cálculo se forma dentro do ducto biliar, e secundária quando se forma na vesícula biliar e posteriormente migra para o ducto. Em pacientes já submetidos a uma colecistectomia, é classificada conforme o tempo decorrente entre a cirurgia e o diagnóstico, sendo residual quando diagnosticada em menos de 2 anos, e recorrente quando em mais de 2 anos. Essa patologia pode ocasionar colangite, cólica, obstrução ou pancreatite biliar. O diagnóstico é realizado através do quadro clínico-laboratorial e exame de imagem, como colangiopancreatografia por ressonância magnética ou por endoscopia (CPRE). A descompressão precoce é sempre necessária mesmo se quadro assintomático.

RELATO DE CASO

Paciente feminina, 44 anos. Interna em um hospital referência em trauma de Porto Alegre no dia 10/01 com dor abdominal, náuseas e vômitos. Ao exame físico, abdome globoso, depressível, doloroso à palpação em hipocôndrio direito e sem sinais de irritação peritoneal. Após analgesia, paciente teve alívio parcial da dor, com persistência das náuseas e vômitos. Foi realizada uma ecografia abdominal que evidenciou uma vesícula biliar pouco distendida, contendo cálculo de 2cm. A hipótese diagnóstica formulada foi de uma pancreatite de provável origem biliar, e a conduta sugerida foi a de internação para tratamento de pancreatite e planejamento de colecistectomia videolaparoscópica. Paciente evoluiu com resolução da pancreatite e então foi iniciada antibioticoterapia. No 11° dia de internação, paciente foi submetida à colecistectomia videolaparoscópica e colangiografia transoperatória. Evidenciou-se vesícula biliar com paredes espessadas, contendo barro biliar e múltiplos cálculos em seu interior. Realizada cateterização da via biliar e injeção de contraste com identificação de colédoco dilatado com múltiplos cálculos. Feita então exploração laparoscópica das vias biliares com remoção manual dos cálculos e controle por radioscopia. Posicionado dreno de Kehr em colédoco e dreno de Penrose sub-hepático. Colangiografia pós-operatória sem evidencia de cálculos. Paciente evoluiu bem, com resolução do quadro álgico, recebendo alta no dia 25/01.

DISCUSSÃO

No caso descrito, a paciente foi submetida à colecistectomia com colangiografia transoperatória por se tratar de pancreatite biliar com aumento das transaminases e ecografia com cálculos. Outras indicações para esse exame são história prévia sugestiva de litíase biliar, colangite, icterícia, colúria, acolia. É importante, ainda, ressaltar que a paciente foi diagnosticada e tratada em momentos distintos, ficando internada durante esse período, mas atualmente há técnicas disponíveis, como a CPRE, que permitem, numa mesma sessão, diagnosticar e solucionar anomalias da via biliar, extraindo cálculos, dilatando ductos e colocando próteses. Isso implica em menor tempo de internação quando comparada à clássica colecistectomia videolaparoscópica.

Área

VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luíza Costa Silveira Martins, Gabrielle Serrano Raupp De Assis, Vinícius Castro Pilger, Yasmin Cardenas Giordani Soares, Carlos Eduardo Bastian Da Cunha, Henrique Borges Ribeiro De Oliveira, Mariana Kumaira Fonseca, Celso Paganella Junior