Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DE AMYAND, RELATO DE CASOS E REVISAO BIBLIOGRAFICA
INTRODUÇÃO
Hérnia de Amyand (HA) consiste na extrusão do apêndice cecal (AC), inflamado ou não, no saco herniário (SH) inguinal. Condição rara com prevalência de 0,4% a 0,6% das hérnias inguinais (HI), está associada à apendicite aguda (AA) em 0,1% dos casos. Mais frequente no homem após os 70 anos. Clinicamente apresenta-se com abaulamento inguinal e dor. O diagnóstico com Ultrassom (US) e a tomografia (TC) é controverso. O tratamento inclui apendicectomia (APC) se AA e reparo da hérnia (RH). Devido baixa prevalência e tratamento controverso; O presente relato vem discutir o tratamento de dois casos de HA no período de 02 anos (janeiro/2017 – janeiro /2019), no serviço de cirurgia geral da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, com AA e sem AA; que consiste em 1,39% de todas HI tratadas no serviço.
RELATO DE CASO
O.M. masculino, 76 anos,
Hipertenso em uso de Valsartana, apresentando abaulamento e dor intensa em região inguinal direita. Ao exame; bom estado geral, estável hemodinamicamente, com abaulamento doloroso em região inguinal não redutível. Sendo diagnosticado com HI encarcerada e indicado RH. Em ato operatório foi encontrado AC necrosado com abcesso dentro do SH, realizado APC e RH sem tela.
C.D.S masculino 69 anos,
Hipertenso sem tratamento, apresentando abaulamento doloroso inguinal à direita, com náusea e vômitos. Ao exame; estável hemodinamicamente, com abaulamento doloroso não redutível, sendo diagnosticado com HI encarcerada e indicado RH. Em ato operatório foi encontrado AC sem AA dentro do SH, realizado APC e RH com tela.
Ambos receberam alta entre 24 - 48 horas, e não há intercorrências relatadas até o momento
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
Clinicamente, a HA quando não associada a AA, abaulamento da região inguinal e dor são os sintomas comuns. Na presença de AA a dor abdominal é mais intensa do que a referida na HI. Podem estar presentes febre, vômitos e parada na eliminação de flatos e fezes. Não há óbitos descritos na literatura. Comparado a AA o prognostico é melhor, pois a inflamação é limitada pelo saco herniário.
O diagnóstico pode ser feito com TC e US. A conduta operatória é controversa, existe um contraponto entre a realização de APC sistemática, e a realização somente quando AA. Autores asseguram que a não retirada do AC favorece a recidiva da hérnia, e sua manipulação inflamação posterior. Autores contra a APC defendem que há um aumento do risco de contaminação cirúrgica, levando a infecção de ferida ou intra-abdominal. Ainda, a APC requer maior incisão enfraquecendo tecidos e aumentando a chance de recidiva da hérnia. O uso de tela é aconselhado em casos sem AA, pois aumenta a chance de infecção de ferida e de fistula, levando a recidiva da hérnia. Hérnia inguinal rara devendo ser considerada como diagnostico diferencial em abaulamento da região inguinal com sinais flogísticos. A conduta deve ser baseada em herniorrafia, apendicectomia se AA sem uso de tela.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM - Espírito Santo - Brasil
Autores
CONRADO FREITAS RIBEIRO SILVA, BÁRBARA DONNÁRIA DA SILVA GONÇALVES, LUANA COSTA MAIA, LUCAS BARCELOS DENADAI, MARCELO LEMOS DIAS, ALCIDES BARATA FILHO, TARCÍSIO SILVEIRA DA FONSECA, MARCIO CARDOSO NOGUEIRA