Dados do Trabalho


TÍTULO

FATORES RELACIONADOS COM O DESENVOLVIMENTO DE HERNIA INCISIONAL NO POS OPERATORIO DE RESSECÇAO DE CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

Avaliar os fatores de risco e de proteção associados ao surgimento da hérnia incisional após ressecção do câncer colorretal.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo, em que foram incluídos pacientes que realizaram tratamento cirúrgico do câncer colorretal de julho de 2018 a dezembro de 2018. Os dados avaliados nos prontuários foram: idade, peso, altura, estadiamento do tumor e tabagismo. Verificou-se durante o exame físico a presença de hérnia na região da cicatriz operatória.

RESULTADOS

Incluiu-se na pesquisa 157 pacientes oncológicos. A incidência de hérnia incisional foi mais prevalente nos pacientes que tinham idade maior do que 65 anos com 14 casos (8,9%), seguido da faixa etária entre 40-65 anos com nove pacientes (5,7%) e com apenas dois casos em menores de 40 anos. Observou-se que 38,09% dos pacientes considerados com obesidade grau 1 (IMC entre 31kg/m2 – 40kg/m2) apresentaram hérnia incisional. Já entre os pacientes desnutridos (IMC < 18,5kg/m2), a prevalência foi de 20% e nos eutróficos (IMC entre 18,5kg/m2 – 24,9kg/m2) foi de 15,27%. Quanto ao estadiamento do câncer colorretal, observamos que os pacientes operados apresentavam a seguinte distribuição: 0% Estádio I, 14% Estádio II, 45,9% Estádio III e 40,1 % Estádio IV. Além disso, o estádio clínico III foi o responsável pela maioria dos pacientes com hérnia incisional (48%). De todos os pacientes que eram tabagistas/DPOC (43), 83.8% não evoluíram com hérnia, ao passo que dos 25 pacientes avaliados que apresentaram hérnia, 72% não eram tabagistas/DPOC. Contrapondo-se aos fatores de risco apresentados, foi analisado que dos 37 pacientes submetidos a cirurgia de carácter emergencial com utilização do ponto total como técnica do fechamento da parede abdominal, 73% (27) não evoluíram com hérnia incisional. Portanto, apenas 10 pacientes com ponto total, no grupo de 25 pacientes, desenvolveram hérnia.

CONCLUSÕES

Dentre os fatores de risco para formação da hérnia incisional analisados nesse estudo, idade, obesidade e estadiamento avançado, foram os que apresentaram associação mais relevante, ao passo que tabagismo/DPOC não demonstrou associação significativa. Observou-se que a utilização do ponto total como fechamento da parede abdominal em cirurgias de caráter emergencial previne a formação de hérnias, o que corrobora com o conceito de que o ponto total serviu como fator de proteção. Há necessidade de randomização para análise desses fatores, para que os pacientes com alto risco de hérnia incisional possam receber medidas profiláticas.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Centro Universitário Fundação Assis Gurgacz - Paraná - Brasil

Autores

ADRIANA FERNANDES SILVA, MARCELINO PAIVA MARTINS, DANIELLE OLIVEIRA ANDRADE, HELLEN MIYUKI MATTOS MOTOYAMA, HUSSEIN ALI EL ZEIN, LAURA GOMES FLORES, CASSIANA TOMAZONI, MICHELI GIOVANA SIGNOR