Dados do Trabalho


TÍTULO

Perfil Epidemiológico da Apendicite Aguda na Residência em Cirurgia Geral da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre: Estudo Observacional Retrospectivo.

OBJETIVO

O objetivo principal do estudo foi descrever o perfil epidemiológico da apendicite aguda dos pacientes atendidos no serviço de residência médica em Cirurgia Geral da UFCSPA.

MÉTODO

Estudo observacional descritivo retrospectivo, realizado no Hospital Santa Clara. O intervalo de coleta e análise dos dados foi de Outubro de 2018 a Outubro de 2017. Um total de 193 pacientes. Foram incluídos na análise somente os procedimentos realizados pelo SUS e que tinham dados completos: acesso a prontuário eletrônico, descrição cirúrgica e exame anatomopatológico, 119 casos.
As variáveis analisadas foram idade, sexo, tempo de evolução, realização de exame de imagem, uso de antibiótico, tipo de cirurgia realizada, taxa de conversão cirúrgica, fase evolutiva, tempo cirúrgico, uso de dreno, tempo de internação hospitalar, morbimortalidade e diagnóstico anatomopatológico.

RESULTADOS

A apendicite aguda (AA) foi mais prevalente no sexo masculino (52%) e entre adultos jovens (19-44 anos) (60,5%). O tempo médio de evolução foi de 2,54 dias. Todos os pacientes realizaram exames de imagem para auxílio diagnóstico, a maioria, 78,1% realizou tomografia computadorizada. A fase evolutiva da AA mais prevalente foi a fase III (27,9%). A grande maioria dos pacientes recebeu antibioticoterapia (95,7%). Quanto a via cirúrgica 26 casos foram por cirurgia convencional nestes casos a incisão preferida foi a de Davis (50% casos). A cirurgia videolaparoscopica foi realizada em 78,1% dos casos. A taxa de conversão foi de 6,45% sendo o principal fator de conversão o intenso processo inflamatório/múltiplas aderências. Um caso evoluiu para ileocolectomia.
Complicações pós-operatórias ocorreram em 24 casos (20,1%) sendo a complicação mais comum a infecção de ferida operatória em 11 casos ( 45,8%), seguida de abscesso intra-abdominal(25%), deiscência ferida operatória, seroma, fístulas e sepse. Não houve mortes diretamente relacionas a apendicite aguda no intervalo de tempo do estudo.

CONCLUSÕES

A prevalência da AA foi maior no sexo masculino e entre os adultos jovens. A prevalência de apendicectomias brancas foi de 4,2%.
O tempo cirúrgico, o uso de drenos, o tempo de internação tem relação direta e progressiva com o estágio evolutivo da AA. Quanto a via cirúrgica, nossos dados corroboram a literatura: tempos cirúrgicos menores para cirurgias abertas. E tempo de internação e taxa de complicações (17,2% x 23%) menores para cirurgias videolaparoscopicas. A taxa de conversão cirúrgica é baixa. Na literatura constam taxas entre 5 e 25%.
O uso de antibioticoterapia é frequente mesmo em casos de AA não complicada, estágio I. A taxa de complicações pós-operatórias é considerada alta (20,1%), apesar disso não houve mortes. A complicação mais comum é a infecção de ferida operatória. Todos os casos de abscesso intra-abdominal ocorreram em cirurgias VLP. A avaliação histopatológica permitiu identificar malignidade em três casos sendo um caso de tumor neuroendócrino (0,84%) considerada a neoplasia primária do apêndice mais comum.

Área

EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA

Instituições

Santa Casa de Misericordia Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Estevan Taube Borré, Edgar Santin, Luis Paulo Andrioni, Andre Vicente Bigolin, Fernando Theodoro Sehnem, Mayara Christ Machry, Jose Bravo Lopes, Eduardo Taube Borré