Dados do Trabalho


TÍTULO

CIRURGIOES DO FUTURO - HABILIDADES DA NOVA GERAÇAO

INTRODUÇÃO

Cirurgiões por característica intrínseca adotam ou frequentemente protagonizam inovações. Ao longo da história, vemos íntima relação da cirurgia com a arte, bem como modificações em seus métodos e procedimentos. Estamos em uma era de grandes mudanças positivas, exemplificadas pelas cirurgias minimamente invasivas, robótica e endoscópica, e precisamos de jovens cirurgiões entusiastas para maximizar essas mudanças. Descrevemos 6 situações que demonstram as habilidades que a nova geração de cirurgiões possui, nos permitindo vislumbrar o futuro.

RELATO DE CASO

Os 6 casos abaixo foram tratados pela Equipe de Cirurgia Digestiva do Hospital das Clínicas da FMRP – USP. Representam situações distintas, mas que necessitaram habilidades estendidas dos cirurgiões. Caso 1: homem, 25 anos, plastrão apendicular com abscesso pélvico, resolvido apenas com uma drenagem transretal eco-guiada (EG) e antibioticoterapia. Recebeu alta no 2º dia pós-operatória (PO). Obteve recuperação completa sem complicações. Caso 2: mulher, 24 anos, com colecistite crônica calculosa e icterícia por coledocolitíase, resolvida por colecistectomia videolaparoscópica e retirada do cálculo do colédoco por CPER, no mesmo ato operatório, com passagem do guia via transcística minimizando os riscos da canulação retrograda da papila duodenal. Recebeu alta no 1º dia PO, sem medicações. Obteve recuperação completa sem complicações. Caso 3: homem, 29 anos, apresentou pancreatite aguda grave (Balthazar E) com necrose pancreática infectada e coleções abdominais, feita drenagem endoscópica transgástrica EG e necrosectomia endoscópica, associadas a drenagem percutânea com exploração e limpeza das cavidades císticas por endoscópio. Recebeu alta após 62 dias de internação hospitalar (DIH), necessitou 2 drenagens endoscópicas EG per-oral, 5 drenagens percutâneas guiadas por US e 2 drenagens percutâneas com endoscópio. Apresenta boa recuperação. Caso 4: mulher, 66 anos, com fístula de anastomose esôfago-jejunal, resolvida com drenagem da coleção por dreno transnasal em aspiração, posicionado via endoscópica. Alta após 46 DIH. Necessitou apenas 1 procedimento endoscópico. Obteve recuperação completa sem complicações. Caso 5: homem, 55 anos, com fístula anastomótica pós-cirurgia bariátrica, tratado com prótese endoscópica, cirurgia aberta, e drenagem percutânea-endoscópica. Caso 6: homem, 67 anos, colecistite aguda alitiásica, tratado com colecistostomia transgástrica EG com prótese auto-expansível recoberta.

DISCUSSÃO

Os casos citados demostram cirurgiões alicerçados em fundamentos clínico-cirúrgicos estabelecidos, utilizando tecnologia disponível (cirurgia laparotômica, videolaparoscopia, endoscopia, próteses endoscópicas, eco-endoscopia e radiologia intervencionista) para o benefício dos pacientes. Esses exemplos demonstram a necessidade de mudanças no modo de pensar e treinar os cirurgiões para que possam adaptar rapidamente às novidades do futuro. É uma época empolgante e desafiante para o exercício da cirurgia.

Área

ENSINO MÉDICO

Instituições

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - São Paulo - Brasil

Autores

Tarcísio Junior Bittencourt Macedo, Ligia Ayres Souza, João Almiro Ferreira Filho, José Eduardo Brunaldi, Wilson Salgado Junior, Ajith Kumar Sankarankutty, Rafael Kemp, José Sebastião Santos