TÍTULO

IMPACTO DO IMC SOBRE A PREVALENCIA DE HERNIA INCISIONAL EM PACIENTES COM CANCER COLORRETAL

OBJETIVO

Avaliar o impacto do IMC sobre a prevalência de hérnia incisional em paciente submetidos a cirurgia de ressecção do câncer colorretal. Assim como analisar a existência de outros fatores de risco para seu surgimento, para dessa maneira, incitar a tomada de medidas profiláticas naqueles pacientes que apresentem fatores predisponentes importantes.

MÉTODO

Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual foram incluídos pacientes com câncer colorretal que realizaram procedimento cirúrgico a mais de 3 meses do início da pesquisa. Os dados avaliados nos prontuários foram: peso, altura, idade e estadiamento do tumor. De acordo com os parâmetros indicados pelo Ministério da Saúde para avaliação do estado nutricional de pessoas entre 20 e 59 anos, os dados peso e altura foram utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) de cada paciente. A partir do IMC os pacientes foram classificados em desnutridos, eutróficos, obesidade grau I, II e III.

RESULTADOS

A pesquisa incluiu 157 pacientes com história de câncer colorretal. Desses, 25 (15,9%) evoluíram com hérnia incisional. Das comorbidades avaliadas, constatou-se que a obesidade é a mais intimamente relacionada à hérnia incisional, porém a desnutrição também se revelou como um fator de risco quando comparada a pacientes eutróficos. No presente estudo foi observado que 38,09% dos pacientes que tiveram como complicação cirúrgica a hérnia incisional eram classificados com obesidade graus 1 e 2 (IMC entre 31kg/m2 – 40kg/m2). Já entre os pacientes desnutridos (IMC < 18,5kg/m2), a prevalência diminuiu para 20% e nos eutróficos (IMC entre 18,5kg/m2 – 24,9kg/m2) foi ainda menor, 15,27%. Dos demais dados avaliados, a idade também se demonstrou um fator de risco, pois os pacientes acima de 65 anos foram aqueles que mais apresentaram hérnia incisional, em um total de 14 pacientes. Em relação ao estadiamento, aquele mais relacionado ao desenvolvimento de hérnias incisionais foi o estádio III, representando 45,9% dos pacientes que evoluíram com hérnia.

CONCLUSÕES

Na análise sobre os fatores de risco para o desenvolvimento de hérnia incisional no pós-operatório de paciente com câncer colorretal, o dado com maior impacto estatisticamente relevante foi a presença de obesidade. Os pacientes eutróficos são aqueles que apresentam menor percentual de evolução com hérnia incisional, seguidos pelos pacientes desnutridos. Idade e estadiamento avançado também apresentaram associação significativa. Este conhecimento deve ser implementado na prática clínica, a fim de reduzir o risco de hérnia incisional através da utilização de medidas profiláticas direcionadas a pacientes que apresentem os fatores predisponentes citados.