Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CIRURGICO DE FISTULA ESPLENOGASTRICA

INTRODUÇÃO

A fístula gastroesplênica por pseudoaneurisma de artéria esplênica é uma complicação incomum na literatura. Tem como importante apresentação clínica a Hemorragia Digestiva Alta (HDA), Tendo como tratamento preferencial o manejo por embolização através da radiologia intervencionista, porém diante da impossibilidade terapêutica e da gravidade do caso, opta-se pela abordagem cirúrgica. No presente estudo, relatamos o caso de fistula gastroesplênica no qual houve abordagem cirúrgica.

RELATO DE CASO

Paciente, sexo masculino, septuagenário, apresentando hemorragia digestiva alta recorrente, com politransfusão e várias passagens pelo pronto atendimento. História de trauma abdominal fechada. À entrada no serviço, apresentou ao exame laboratorial Hemoglobina de 6 mg/dL. Após estabilização, realizou-se arteriografia, no qual constatou estenose de tronco celíaco, não havendo possibilidade de acesso à artéria esplênica pelo método.
Optou-se assim, pela realização da laparotomia exploradora. No qual, houve a identificação de pseudoaneurisma de artéria esplênica, com formação de fístula gastroesplênica de aproximadamente 2 cm de diâmetro.
A tática cirúrgica empregada foi: ligadura perdida da artéria esplênica; e, gastrectomia em cunha em fundo gástrico.
Durante procedimento cirúrgico, não houve intercorrências. O paciente teve evolução clínica favorável, com alta hospitalar no quinto dia pós operatório. Após isso, houve seguimento ambulatorial, sem novos episódios de HDA, bem como procedeu alta ambulatorial.

DISCUSSÃO

A fístula gastroesplênica por pseudoaneurisma de artéria esplênica é uma complicação rara.
O sangramento gastrointestinal por pseudoaneurisma de artéria esplênica é incomum. Cerca de Pancreatite aguda ou crônica é responsável por 52%, trauma (29%), causas intraoperatórias e pós-operatórias (3%), úlcera gástrica(2%), úlcera duodenal (muito rara).
A apresentação sob forma de Hemorragia Digestiva Alta, leva a sangramentos recorrentes, maciços e, por vezes, gera instabilidade hemodinâmica ao paciente.
Abordagem por embolização transarterial percutânea da artéria sangrante é tratamento padrão-ouro para estes pseudoaneurismas em pacientes hemodinamicamente estáveis. Falhas podem resultar da inabilidade para cateterização do vaso e/ou espasmo arterial.
A manipulação cirúrgica agressiva está reservada para pacientes hemodinamicamente instáveis ou com falha terapêutica angiográfica. Outras condições para abordagem cirúrgica são secundárias à hemorragia, como infecção ou compressão extrínseca.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

instituto prevent senior - São Paulo - Brasil

Autores

Domingos Aires Leitão Neto, Marco Vinicio Fanucchi Gil, Marcelo Raymundo Maiorano, Diego Ferreira de Andrade Garcia, Tayná Pereira Magalhães, Victor Oliveira Bianchi, Eduardo Enrique Rossi e Simões, Romeu Pompeu Junior