Dados do Trabalho


TÍTULO

TUMOR FIBROSO SOLITARIO DE PLEURA: OS DESAFIOS DO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO

INTRODUÇÃO

O tumor fibroso solitário (TFS) é neoplasia de origem fibroblástica rara, responsável por menos de 2% das massas de tecidos moles. Tem origem nos fibroblastos do submesotélio mesenquimal. É caracterizado pela formação de tumores localizados, geralmente únicos e não produzem derrame pleural. O presente trabalho tem por finalidade apresentar um relato de caso de tumor fibroso solitário de pleura em uma paciente oligossintomática e discutir o seu manejo cirúrgico.

RELATO DE CASO

Paciente de 68 anos, sexo feminino, relata há 1 ano, dor contínua, de início insidioso e de caráter “em peso”, em transição tóracoabdominal direta, sem relação com movimentos respiratórios. Nega tabagismo, tosse, dispneia, febre, hemoptise e perda ponderal. Realizou uma radiografia de tórax que evidenciou uma imagem de hipotransparência, bem delimitada, em base de todo o hemitórax direito, sugestivo de massa. Realizou uma Tomografia de Tórax, confirmando o diagnóstico. Como conduta terapêutica, foi indicado ressecção cirúrgica. O resultado anátomo-patológico foi compatível com tumor fibroso solitário de pleura. Acompanhamento da cirurgia após 6 meses sem alteração.

DISCUSSÃO

O TFS é associado à um amplo espectro morfológico e comportamental. Varia desde uma forma indolente até neoplasias agressivas (sarcomas de alto grau). Sabe-se que o TFS está associado a múltiplas anormalidades cromossômicas e à presença de pontos de quebra localizados nos cromossomos 12q-15, 8 e 97-10. Entretanto, na literatura não há uma correlação específica desse tipo de tumor com fatores ambientais como o tabaco. Além dessa falta de fatores ambientais evidentes como fatores de risco, os pacientes com esta doença podem ser assintomáticos, ou apresentar tosse, dispneia, dor no peito, febre, hemoptise e perda de peso. Ao englobarmos os aspectos epidemiológicos, morfológicos, clínicos e histopatológicos do tumor fibroso solitário de pleura é possível concluir que esses tumores representam um desafio único de diagnóstico e tratamento. Foram feitos inúmeros avanços no entendimento da patogênese, diagnóstico e tratamento que permitem um desfecho favorável para a maioria dos pacientes acometidos por essa patologia. Além disso, os avanços nas técnicas histológicas, moleculares e genéticas permitiram uma categorização mais precisa e a identificação de tumores de partes moles. Dada a raridade do TFS e as atuais evidências de suporte para terapias, o manejo deve ser focado na exérese do tumor. Considerando a taxa de resultados positivos e o comportamento, geralmente, indolente deste tumor, a radioterapia e a imunoterapia não são recomendadas após a ressecção completo com margens negativas. O comportamento biológico de TFS em cada indivíduo é difícil de prever, e mesmo os tumores considerados benignos podem retornar agressivamente. Desta forma, a terapia individualizada, determinada dentro de um ambiente multidisciplinar, deve ser sempre considerada no intuito de um melhor prognóstico.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Luísa Freire Barcelos, Bárbara Alves Campos Ferreira, Eduardo Augusto Borges Primo, Geovana Thees Perillo Rodrigues, Lara Nascimento Machado, Nelson Alves dos Santos, André Luiz Carneiro, Daniel Messias de Moraes Netto