Dados do Trabalho


TÍTULO

ANEURISMA DE ARTERIA SUBCLAVIA: UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O aneurisma de artéria subclávia (AAS) representa menos de 1% dos aneurismas de sítios periféricos. Nos AAS, a etiologia mais frequente são placas ateroscleróticas, na porção intra ou extratorácica do vaso, podendo complicar com embolização, trombose ou ruptura. Outra possível causa é a Síndrome do Desfiladeiro Torácico (SDT), decorrente da compressão do feixe neurovascular nesta região devido a anormalidades ósseas, cursando com sintomas de dor e parestesias. Descrevemos um caso de AAS tratado cirurgicamente no serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas da UFG (HCUFG).

RELATO DE CASO

Paciente, masculino, 37 anos, histórico de tabagismo e etilismo ocasional, sem antecedentes de cirurgias prévias e doenças crônicas. Referia, há 11 dias, quadro de parestesia, dor, palidez e extremidades frias em membro superior direito (MSD), pior em região distal, que melhorava com repouso e ao abaixar o membro. Ao exame físico, apresentava em MSD: pulso reduzido, extremidades frias, PA inaudível, tempo de enchimento capilar lentificado e massa pulsátil em região proximal de clavícula. Interrogou-se AAS direita somado a embolia arterial aguda de porção distal da artéria braquial secundário a SDT. Foi realizado ultrassonografia Dupplex Scan (USG-DS) de artéria subclávia direita e angiotomografia computadorizada (angio-TC) de tórax, confirmando a hipótese prévia. Optou-se por realizar procedimento endovascular, por meio do fio guia rígido, procedendo-se com a colocação de endoprótese para correção do aneurisma de subclávia direita e embolectomia da artéria braquial direita. Evoluiu com resolução do quadro clínico, recebendo alta.

DISCUSSÃO

Na SDT, as lesões arteriais geralmente correm em consequência da compressão arterial a partir de anormalidades ósseas. Em virtude de a artéria subclávia passar sobre a costela cervical, a compressão pode ocorrer em sua porção inferior gerando uma lesão da camada íntima somado ou não a dilatação pós-estenótica, podendo resultar em aneurisma. Sendo assim, no contexto da cirurgia vascular, a hipótese de AAS secundário a SDT deve estar presente em investigações de casos isquêmicos de membro superior. No diagnóstico, a USG-DS é o exame mais indicado para triagem. A angiografia é, classicamente, o padrão ouro para diagnóstico, todavia, a angio-TC e a angiorressonância magnética possuem grande acurácia, sendo seu uso crescente. A intervenção cirúrgica é recomendada como primeira linha de tratamento, pois previne rupturas e embolizações. Tanto a técnica aberta quanto a endovascular apresentam bons resultados. Não obstante, a terapia endovascular, empregada neste paciente, possui vantagens como: evitar grandes incisões abertas e cicatrizes, internação prolongada e desenvolvimento de comorbidades após abordagem cirúrgica. Por conseguinte, este relato se faz relevante devido a raridade do AAS e da apresentação característica da SDT como etiologia, evidenciando bom resultado com o emprego da técnica endovascular.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Universidade Federal de Goiás - Goiás - Brasil

Autores

LUCAS HENRIQUE SOUZA DE AZEVÊDO, RICARDO VIEIRA TELES FILHO, VICTÓRIA COELHO JÁCOME QUEIROZ, GUILHERME DE MATOS ABE, LUIZ CÉSAR DE CAMARGO FERRO, LUIZ PEDRO FERREIRA DE ASSIS, VINÍCIUS GUILARDE ANCELMO