Dados do Trabalho


TÍTULO

HISTERECTOMIA POR ATONIA UTERINA COM MENORRAGIA POS-PARTO VAGINAL

INTRODUÇÃO

A hemorragia pós-parto consiste na perda igual ou maior que 500ml de sangue após o parto e é responsável por 25% das mortes maternas no mundo. Dentre as principais etiologias, estão presentes as lacerações de trajeto genital (10%), a retenção placentária (20%) e, principalmente, a atonia uterina (70%). Assim, a possibilidade de instabilidade clínica e hemodinâmica requer um diagnóstico célere, com condutas que corroborem a diminuição da morbimortalidade materna devido à hemorragia. Este relato visa discutir condutas tomadas diante do caso clínico de uma paciente de 31 anos, G4P2C1A0, submetida à histerectomia por atonia uterina.

RELATO DE CASO

A paciente foi admitida na emergência por hemorragia transvaginal pós-parto, em choque hipovolêmico. Após insucesso na tentativa de estabilização com hidratação vigorosa e transfusão sanguínea, foi submetida a curetagem, sob suspeita de restos placentários. O procedimento ocorreu sem intercorrências com saída de grande quantidade de restos placentários e coágulos. Paciente persistiu com instabilidade hemodinâmica, apesar da administração de ácido tranexamico, metilergotamina, ocitocina e misoprostol. Assim, a paciente foi submetida a histerectomia subtotal abdominal. A instabilidade hemodinâmica persistiu, e uma ecografia de abdome total sugeriu 200 mL de liquido livre em fundo de saco posterior. Assim, foi indicada uma laparotomia exploradora, por meio da qual foi vista a metade inferior do corpo uterino; tubas uterinas edemaciadas, a que havia sido ligada com pontos e hematoma; ovário esquerdo com borda sangrante e hematoma em região lateral pélvica à direita com emplastamento deste lado; coágulo na região da sutura do que seria o colo uterino. A cirurgia finalizou com histerectomia total e lavagem cavitária. Paciente evoluiu bem até receber alta.

DISCUSSÃO

A hemorragia pós-parto secundária define-se pelo sangramento iniciado entre 24h e 12 semanas após o parto. Quando pós parto vaginal, como no relato de caso , tem incidência de 4 a 8%, sendo o choque hipovolêmico uma de suas principais complicações. Tal complicação, observada no caso através dos sinais vitais e dos sintomas, sugere, pela PAM de 40mmHg, uma perda sanguínea de 35-45% pela paciente, ou 2000 a 3000 ml. O diagnóstico da hemorragia é clínico, contudo exames complementares auxiliam. As condutas iniciais seguem uma ordem de complexidade, com a utilização de drogas uterotônicas, como a ocitocina, e a reposição volêmica inicialmente. Diante a não responsividade, adotaram a curetagem para saída de restos placentários, tamponamento uterino e a laparotomia exploratória por instabilidade hemodinâmica, onde observou-se um útero apoplético, direcionando a alternativa de histerectomia subtotal. No terceiro dia pós-operatório, uma relaparotomia por líquido livre em fundo de saco posterior e febre levou a exérese de colo uterino e drenagem de hematoma. Com melhora do quadro clínico, a paciente foi liberada com alta hospitalar e com as devidas orientações e medicamentos.

Área

GINECOLOGIA

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Izabela Fernanda da Silva, Laís Ribeiro Vieira, Igor Diego Carrijo dos Santos, Bruna da Silva Feitosa, Ana Luiza Dias Moreira, Nathana do Prado Oliveira, Pedro Henrique de Oliveira, Demétrio Antônio Gonçalves da Silva Gomes