Dados do Trabalho
TÍTULO
SINTOMAS SOMATICOS, COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS, SENSORIO-PERCEPTUAIS, SENSORIO-MOTORES E INCAPACIDADE FUNCIONAL APOS UM ANO DO TRAUMATISMO CRANIENCEFALICO
OBJETIVO
Avaliar a incidência de sintomas somáticos, cognitivo-comportamentais, sensório-perceptuais e sensório-motores e sua associação com a incapacidade funcional após um ano de evolução do traumatismo craniencefálico em uma coorte de pacientes atendidos em uma unidade de referência na cidade do Salvador, Bahia.
MÉTODO
Realizou-se um estudo de coorte com 307 pacientes com idade entre 15 e 65 anos que foram atendidos na emergência do Hospital Geral do Estado da Bahia (HGE), no período de 01 de agosto de 2007 a 31 de julho de 2008, com diagnóstico de TCE e que apresentaram concomitantemente sintomas neurológicos específicos para traumas de crânio. Foram admitidos pacientes que tinham comprometimento cognitivo e classificação na Escala de Coma de Glasgow (ECGl) igual ou inferior a 14, que cursassem com sintomas neurológicos e que fossem classificados como vítimas de TCE moderado ou grave, ou TCE leve, porém de risco médio ou alto. O TCE foi confirmado pela presença de alteração na imagem do encéfalo obtida pela tomografia computadorizada do crânio. Para a coleta de dados, questionários pretextados foram aplicados no ambiente hospitalar e no domicílio após doze meses da data do trauma. Foram utilizados instrumentos para a coleta de dados que focalizavam aspectos gerais dos pacientes, clínicos relativos à ocorrência do trauma e da evolução e também a estimativa da capacidade funcional. Análises bivariadas foram realizadas com o intuito de identificar o conjunto de variáveis que mais contribuíram para a explicação da incapacidade funcional aos 12 meses após o trauma de crânio. Definiu-se para o estudo um nível de significância de 0,05.
RESULTADOS
São apresentados dados de 222 homens dos 307 acompanhados no estudo, com idades que variaram de 15 a 65 anos de idade, dos quais 82 (36,9%) tinham de 15 a 25 anos e 69 (31,1%) de 36 a 65 anos. Os indivíduos eram predominantemente de cor não branca (91,9%), e solteiros, separados ou viúvos (60,8%). Os traumas de crânio foram causados majoritariamente por violência (66,2%) e foram considerados, de acordo com a Escala de Coma de Glasgow na admissão hospitalar, como leves para 110 (49,5%) e como graves para 61 (27,5%) indivíduos. De acordo com os familiares, todos tinham boa saúde e desenvolviam atividades produtivas antes do trauma. Observou-se associação estatisticamente significante entre a incapacidade funcional após um ano do trauma com a duração da hospitalização (p<0,001), ECGl na admissão (p<0,001), internamento em unidade de terapia intensiva (p<0,001), e uso de ventilação mecânica (p<0,001).
CONCLUSÕES
A presença de sintomas-somáticos, cognitivo-comportamentais, sensório-perceptuais e sensório motores se mostram estatisticamente associados com a incapacidade funcional após 12 meses da admissão. Os dados demonstram que ênfase na reabilitação multiprofissional, fundamental para a reintegração na sociedade, deve ser especialmente adotada para aqueles que cursarem com os fatores de risco associados.
Área
TRAUMA
Instituições
Unifacs - Universidade Salvador - Bahia - Brasil
Autores
Larissa Chaves MEDEIROS, Amanda Lima de OLIVEIRA, Antonio Chagas NETO, Camila Reis Cardoso GRANATO, Helena Fraga MAIA, Lucas Lins Ferreira PALMEIRA, Rafael Nobre CONSULIN, Raquel Belitardo Galvao de CARVALHO