Dados do Trabalho
TÍTULO
RECONSTRUÇAO MICROCIRURGICA DE MEMBROS INFERIORES: EXPERIENCIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA PLASTICA DO HOSPITAL REGIONAL DA ASA NORTE – BRASILIA/DF
OBJETIVO
A cirurgia plástica reconstrutiva sofreu uma revolução com o nascer da microcirurgia, pois os longos, múltiplos e dispendiosos procedimentos de rotação de retalhos pediculados foram substituídos por uma reconstrução em tempo único com uma janela isquêmica encurtada. Múltiplas são as potenciais áreas doadoras, garantindo a possibilidade de melhor resultado estético e funcional. Perdas de substância de membros inferiores são um desafio, principalmente nos acometimentos de terço distal, pois quantias exíguas de tecidos de vizinhança com boas características criam uma lacuna para o seu manejo, logo retalhos microcirúrgicos podem ser ferramentas valiosas. Com este trabalho, visa-se mostrar a experiência inicial do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Regional da Asa Norte, Brasília-DF, na reconstrução microcirúrgica dos membros inferiores.
MÉTODO
Trata-se de um estudo retrospectivo de pacientes submetidos à reconstrução microcirúrgica dos membros inferiores no período de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. Variáveis analisadas: idade, gênero, causa da lesão, área de perda de substância, área doadora do retalho e suas dimensões, vasos receptores, tempo de internação e complicações.
RESULTADOS
Foram identificados quatro pacientes submetidos à reconstrução microcirúrgica dos membros inferiores. Idade média de 39 anos, variando de 17 a 62 anos, todos do sexo masculino. Em três casos lesão por acidente motociclístico, e em um por atropelamento. Em todos os pacientes a perda de substância foi no pé, sendo três com proposta de reconstrução de calcâneo e um com proposta de reconstrução de região plantar sobre o primeiro metatarso. A área doadora foi a região antero-lateral da coxa , cujas maiores extensões foram 22 cm de comprimento e 16 cm de largura. Os vasos receptores foram em três pacientes os vasos tibiais posteriores e em um paciente os vasos tibiais anteriores/pediosos, realizou-se anastomose término-terminal. Não houve necessidade de cuidados intensivos, e a média de internação foi de 28 dias, variando de 12 a 45 dias. O uso de enoxaparina foi em média 13 dias. Observou-se apenas um caso de complicação pós-operatória referida como a deiscência da área doadora. Nenhum paciente necessitou de reintervenção cirúrgica por isquemia do retalho.
CONCLUSÕES
As técnicas de microcirurgia permitem a cobertura cutânea dos membros inferiores, principalmente do terço distal, evitando o curso para amputação. Benacquista et al. relataram uma série de 413 retalhos para reconstrução de membros inferiores, com taxa de perda de 10%. A complicação mais comum foi a trombose venosa levando a perda do retalho em especial nos doentes vítimas de trauma. O uso de retalhos microcirúrgicos nas situações agudas pode reduzir a incidência de infecção, necrose e proteção de estruturas neuro-vasculares, tendinosas e ósseas. O aumento da experiência cirúrgica da equipe, associada ao entendimento das indicações favorece a sedimentação da prática microcirúrgica, como fora relatado por Hallock.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
HRAN - Distrito Federal - Brasil
Autores
João Lucas Farias do Nascimento Rocha , Carolina Martins Vissoci, Paulo Victor Rabelo Barbosa, Matheus Castro Lima Vieira, Jefferson Lessa Soares de Macedo