Dados do Trabalho


TÍTULO

ESTERNECTOMIA NA RECIDIVA LOCAL DO CANCER DE MAMA

INTRODUÇÃO

A evolução das técnicas cirúrgicas levou a uma melhora nos cuidados e preparo peri-operatórios, permitindo a realização de cirurgias cada vez mais precoces e com maior eficácia. O manejo de pacientes que precisam realizar ressecção de parede torácica com sua posterior reconstrução continua sendo um grande desafio para cirurgiões.
Paciente oncológicos com tumores malignos de invasão direta, como câncer de pulmão e mama, são as principais indicações de ressecção do esterno. Tumores primários são menos de 30% dessas indicações, incluindo osteocondroma, fibroma e linfangioma.
A investigação nesses pacientes com doença da parede torácica deve ser completa, iniciada na anamnese, questionando sobre doenças malignas previas, realização de quimioterapia ou radioterapia, condições hereditarias e presença de síndrome consumptiva. O exame fisico deve ser direcionado na avaliação da lesão e busca por linfonodos locorregionais.
Deve-se usar uma combinação de resultados de TC, RNM e PET para caracterizar o tipo de lesão e sua malignidade, invasão de estruturas anatômicas próximas que possam dificultar uma abordagem cirúrgica como veias, plexo braquial e envolvimento medular.

RELATO DE CASO

Paciente de 49 anos apresentou nódulo endurecido de quadrante superior externo de mama esquerda de crescimento lento e progressivo ha um ano e meio. Foi submetida a quimioterapia neoadjuvante e mastectomia radical com anatomopatológicos compatível com carcinoma ducal invasivo residual, margens cirúrgicas livres e dois linfonodos positivos(implantes de neoplasia epitelial invasiva) em 17 biopsiados. Encaminhada para radioterapia adjuvante.
Após cinco anos, paciente compareceu em consulta no serviço de cirurgia oncológica em uso de Tamoxifeno, queixando-se do aparecimento de nodulação em clavícula esquerda com relato de seis meses de evolução apresentando dor local. Foi então solicitada tomografia de tórax evidenciando nódulo pré-esternal invadindo articulação esterno-clavicular esquerda. Decidido por biópsia.
Resultado: Adenocarcinoma pouco diferenciado metastático.
Após avaliação pré-operatória, paciente foi submetida a esternectomia.
Microscopia: Osso, cartilagem e músculo esquelético infiltrados por neoplasia formada por células epiteliais que exibem alto pleomorfismo. Conclusão: Infiltração de osso e cartilagem. Margem cirúrgica livre de neoplasia.
Imunohistoquímica: Metástase óssea de carcinoma mamário invasivo.
Mantém acompanhamento ambulatorial com estado geral comprometido consequentes a lesões metastáticas em encéfalo. Está em quimioterapia paliativa e RT de cérebro total.

DISCUSSÃO

A esternectomia deve ser considerada a melhor opção para pacientes com tumores primários envolvendo o esterno podendo atingir cura definitiva. Nas neoplasias de mama recorrentes, a esternectomia era antes uma medida paliativa após falha da radioterapia, mas mostrou-se válida no aumento da sobrevida nos pacientes submetidos a cirurgia, sendo maior em pacientes com doença ainda sem envolvimento linfonodal a distancia.

Área

CIRURGIA TORÁCICA

Instituições

Santa Casa de Misericordia de Sobral - Ceará - Brasil

Autores

Caio Plácido Costa Arcanjo, Diego de Aragão Bezerra, Rafael Bernardo Silva, Erika Silva Spesserits, Thais Vasconcelos, Janiel Carvalho Ponte