Dados do Trabalho


TÍTULO

PROJETIL DE ARMA DE FOGO INTRA-RENAL– RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O trauma renal corresponde cerca de 10% das lesões viscerais acometidas no trauma abdominal. O grupo de risco é formado principalmente por homens jovens e costumam ser contusos ou penetrantes. A hematúria é o principal achado clínico nos traumas renais. Os traumas penetrantes, principalmente as perfurações por arma de fogo (PAF) no parênquima renal são geralmente lesões graves e complexas. A minoria dessas lesões é tratada de forma conservadora, visto que não é possível saber qual o caminho formado pelo projétil e nem o que foi prejudicado durante seu caminho e por seus estilhaços. O tratamento para esse tipo de trauma é feito através de sua classificação na American Association for the Surgery of Trauma (AAST), em que há 5 graus de lesões renais, sendo o V a explosão renal com avulsão do hilo com desvascularização renal. O tratamento será de acordo com o grau da lesão, podendo ser conservador nos casos menos graves até intervenção cirúrgica nos casos graves. Nesse último, a conduta pode ser desde uma nefrorrafia até uma nefrectomia.

RELATO DE CASO

Homem, 23 anos, casado. Vítima de ferimento por arma de fogo nos membros superiores e inferiores e na fossa ilíaca direita. Foi admitido no Hospital Regional do Gama consciente e estável hemodinamicamente. Realizou-se laparotomia exploradora de emergência, no qual foi visualizado lesões no intestino delgado e intestino grosso. Optou-se por fazer hemicolectomia direita e ileo-transverso anastomose e não foi abordado o hematoma renal nem feito a retirada do projétil. No pós-operatório, a tomografia evidenciou projetil de arma de fogo entre a fáscia de gerota e o parênquima renal direito sem invasão da via excretora, sendo classificado como grau III na AAST. Apresentou hematúria macroscópica nos primeiros dias. Paciente recebeu 10 dias depois. No terceiro mês após o ocorrido, paciente voltou ao ambulatório com queixa de dor lombar. Novos exames mostraram que o projétil não se deslocou, então a urologia decidiu realizar uma exploração laparoscópica de corpo estranho em rim e fáscia de gerota direita.

DISCUSSÃO

O caso estudado é interessante e inédito. O paciente apresentava lesão renal e hematúria, o que poderia ser resolvido na época da internação. Porém, a conduta foi conservadora. A posteriori, com a queixa de dor do paciente, novos exames foram feitos e foi visto que o projétil continuou imóvel e poderia trazer complicações, como infecção de repetição, pionefrose, abscesso renal, abscesso perirrenal, formação de cálculo em corpo estranho, pseudoaneurisma e fístula arteriovenosa renal com hematúria – podendo levar a um aumento da pressão arterial e consequente perda renal. Então, a urologia tinha duas condutas que poderiam ser realizadas: abordagem laparoscópica ou cirurgia renal percutânea. No caso em questão, os profissionais responsáveis pelo caso no HRG optaram pela cirurgia laparoscópica.

Área

UROLOGIA

Instituições

UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil

Autores

Júlia Crystina de Carvalho Alves Faria , Bruno Vilalva Mestrinho, Bianca Haj Barbosa Santos, Mario Sales Neves do Carmo Filho, Marcelo Alencar da Fonsêca, Bertrhan Severo Garcia, Guilherme Ramos Leite, Isac César Roldão Leite