Dados do Trabalho
TÍTULO
TRATAMENTO NAO OPERATORIO NA LESAO TRAUMATICA DE BEXIGA INTRAPERITONIAL
INTRODUÇÃO
As lesões de bexiga no trauma contuso são relativamente raras, em virtude da sua proteção pelas estruturas ósseas da pelve. O tratamento cirúrgico é o mais indicado nos casos de lesão de bexiga intraperitoneal. Porém, em casos selecionados, a conduta conservadora pode ser empregada
RELATO DE CASO
Paciente MIF, sexo feminino, 66 anos, vítima de acidente automobilístico com colisão frontal em anteparo fixo, apresentava trauma abdominal contuso come stabilidade hemodinâmica.Dor a palpação em hipogástrio sem irritação peritonial e hematúria macroscópica após cateterismo vesical de demora eram os principais achados no exame físico inicial. Submetida a tomografia de abdome que evidenciou pequena quantidade de líquido livre em pelve e mínimo extravasamento de contraste intraperitonial pela bexiga na fase excretora. Optado por realização de uretrocistografia retrógrada na qual foi observado mínimo escape de contraste na cúpula vesical, característico de pequena lesão em bexiga intraperitonial. A melhora da dor abdominal, associada a estabilidade clínica tornaram o tratamento não operatório passível de ser realizado. Paciente apresentou boa evolução e nova uretrocistografia de controle , realizada após 14 dias, não evidenciou extravasamento de contraste, permitindo assim, a retirada do cateter vesical de demora.
DISCUSSÃO
Pacientes vítimas de trauma abdominal contuso, estáveis hemodimamicamente, com hematuria macroscópica devem ser investigados com tomografia de abdome para avaliação de lesões no trato urinário. Cistografia convencional ou por tomografia podem ser utilizadas nos casos suspeitos de lesão de bexiga. A lesão intraperitonial de bexiga possui baixa probabilidade de resolução com tratamento conservador, por tratar de lesões extensas na maioria das vezes, porém, o sucesso dessa conduta já foi relatado na literatura em alguns casos. Estabilidade hemodinâmica, ausência de irritação peritoneal e tamanho da lesão menor que 02 cm , tornaram possível o tratamento conservador nessa paciente. Novos estudos são necessários para o desenvolvimento de protocolos que corroboram essa conduta na lesão intraperitonial de bexiga.
Área
TRAUMA
Instituições
HOSPITAL JOÃO XXIII - Minas Gerais - Brasil
Autores
DOMINGOS ANDRÉ FERNANDES DRUMOND, TARCISIO VERSIANI DE AZEVEDO FILHO, SIZENANDO VIEIRA STARLING, HENRIQUE DE ANDRADE FERREIRA PINTO, DIEGO PEREIRA ZILLE, FELIPE YOSHIO TAGAMORI, BRUNO SILVA BORSATO, GABRIEL MARTIN LAUAR