Dados do Trabalho
TÍTULO
ENXERTIA E RETALHO EM CIRURGIA REPARADORA DE FACE: RELATO DE DOIS CASOS
INTRODUÇÃO
De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer de 2017, estima-se a ocorrência 170 mil novos casos de câncer de pele não melanoma (CPNM) no biênio 2018-2019, sendo a neoplasia mais prevalente entre homens e mulheres, comum em regiões da face. Exérese cirúrgica é um método de diagnóstico e tratamento de lesões de pele. O presente trabalho, tem como objetivo expor dois relatos de caso com técnicas reconstrutivas comuns para exérese de lesões cutâneas.
RELATO DE CASO
Primeiro caso, paciente feminino, 94 anos, branca, apresenta lesão úlcero infiltrativa, com crosta hematomelicérica, em região malar direita, elevada, de bordas mal definidas, de coloração enegrecida, com 10 cm no maior diâmetro. Foi realizado exérese da lesão com reconstrução por meio de enxerto cutâneo.
Segundo caso, paciente masculino, 82 anos, branco, com lesão úlcero infiltrativa, sangrativa, em face direita, elevada, arredondada, de coloração avermelhada, de 5cm de diâmetro, bordas mal definidas com halo hipercrômico e de rápido crescimento. Foi realizada exérese da lesão através da reconstrução com técnica de retalho de Limberg.
DISCUSSÃO
O câncer de pele apresenta-se em duas formas: melanoma e não melanoma. O CPNM abrange diversos tipos de tumor, porém, cerca de 95% deles compreendem aos carcinomas basocelular (CBC) e espinocelular (CEC). A exérese cirúrgica é o principal tratamento para o CEC e o CBC, pois evita o prejuízo funcional e diminui o risco de metástases nos casos de CEC. Para a reconstrução de feridas cirúrgicas, o cirurgião pode utilizar-se de diferentes métodos, dentre eles, as técnicas utilizando enxerto cutâneo e retalho de Limberg.
Enxerto cutâneo é a transferência da espessura total ou parcial de pele de uma área doadora para outra receptora, sem a preservação de um pedículo vascular. No primeiro caso, apesar de enxerto não ser a indicação cirúrgica mais adequada para as características da lesão da paciente, foi optado por essa técnica, pois a exérese da lesão não tinha indicação curativa. Assim, optou-se pelo método com tempo cirúrgico menor e com um resultado estético satisfatório.
O retalho cutâneo, se refere a unidade constituída por pele e tecido subcutâneo transferido de uma área doadora para uma receptora, mantendo-se o pedículo vascular responsável por sua nutrição. A técnica utilizada no paciente do segundo caso foi o retalho de Limberg. Esse tipo de retalho propicia uma reconstrução com mesma textura e coloração da pele sem comprometer resultado estético funcional. Ademais é possível retirar uma área com margem de segurança maior, a fim de se obter margens livres, uma vez que esse tipo de reconstrução reconfigura a anatomia local e torna difícil a relocalização da lesão caso venha com margens comprometidas no anatomopatológico.
A escolha da melhor técnica dependerá do local e da extensão da lesão, buscando a preservação da funcionalidade e a reparação estética. Além das características evolvendo cada paciente, como idade, comorbidades associadas e tipo de lesão.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Instituição Privada - Distrito Federal - Brasil
Autores
Nubia Ayala Vieira Castro, Vanessa Siqueira Reis, Cristian Machado Haesbaert, Raquel Soares Camelo