Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: CIRURGIA DE SERRA-DORIA COMO OPÇAO DE TRATAMENTO DE MEGAESOFAGO CHAGASICO AVANÇADO, EM PACIENTE COM DIVERSAS COMORBIDADES

INTRODUÇÃO

Megaesôfago é um distúrbio caracterizado por dilatação do esôfago e diminuição do peristaltismo. É consequência da acalásia, cuja patogênese pode ser idiopática ou devido a degeneração neurogénica infecciosa, como na Doença de Chagas. Nessa doença, o agente etiológico Tripanossoma cruzi causa destruição dos plexos nervosos da parede esofágica, resultando em diminuição do peristaltismo e hipertonia do esfíncter esofágico inferior (1).
Os sintomas principais são disfagia e regurgitação, podendo estar presentes perda de peso, pirose e dor retroesternal.
Embora a literatura apresente bom entendimento do processo disfágico, ainda persiste um grande número de casos que evoluem anos sem diagnóstico preciso, apesar de múltiplos exames complementares.

RELATO DE CASO

Paciente VBC, 59 anos, masculino, natural de Turmalina – MG. Deu entrada no Hospital Santa Casa de Ribeirão Preto, devido piora do quadro de disfagia para sólidos e líquidos, sendo necessária passagem de sonda nasoentérica. Relatou episódios de pirose e negou demais queixas. Encontrava-se emagrecido. Refere inicio do quadro há 5 anos e ter realizado dilatação pneumática endoscópica com pouca melhora dos sintomas.
Antecedentes pessoais: Morou em casa de barro por 15 anos. Sorologia positiva para Doença de Chagas. Portador de cardiomiopatia chagásica, insuficiência cardíaca congestiva e bloqueio de ramo direito. Iniciou programação terapêutica e foram realizados os seguintes exames:
Esofagograma padrão: Grau III – classificação por grupos Rezende Moreira.
Endoscopia digestiva alta: Esôfago muito dilatado e tortuoso, sem peristaltismo, com grande quantidade de líquido de estase espesso. Impressão diagnóstica: megaesôfago, com dólico
Raio-X baritado: acentuada dilatação do esôfago, com retardo no tempo de esvaziamento.

DISCUSSÃO

O padrão-ouro para o diagnóstico é a manometria, que fornece dados quantitativos permitindo a classificação em doença avançada ou não(2). O tratamento de escolha é cirúrgico. Para casos não avançados, opta-se pela cardiomiotomia de Heller, enquanto em casos avançados opta-se pela esofagectomia subtotal com esofagogastroplastia transmediastinal posterior, mucosectomia ou cirurgia de Serra Dória(3)..Relatamos caso de paciente caquético com megaesôfago chagásico avançado que não permitia uma cirurgia de grande porte e de alta morbidade, incluindo também o risco de mediastinite, assim, optou-se pela Serra-Dória. O paciente evoluiu bem, sem intercorrências, teve alta no 6º dia de pós operatório

Área

ESÔFAGO

Instituições

Centro Universitário Barão de Mauá - São Paulo - Brasil

Autores

Eduardo Garcia Pacheco, Mattheus Mermejo Bontempo, Giovana Saldanha Fernandes, Giovanna Palumbo Vilhena, Henrique Pucinelli Utuni, Leonardo Cosac Oliveira Paranhos, Lucas Borges De Melo, Gabriela Felipe França