Dados do Trabalho


TÍTULO

IMPACTOS CLINICOS E SOCIAIS DA CIRURGIA BARIATRICA/METABOLICA COMO TRATAMENTO PARA DIABETES MELLITUS TIPO 2

OBJETIVO

Analisar os impactos clínicos e sociais da cirurgia metabólica como tratamento do DM2, sobretudo após a recente indicação do Conselho Federal de Medicina do tratamento cirúrgico para indivíduos com índice de massa corporal entre 30 kg/m2 e 35 kg/m2.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de revisão de literatura do tipo integrativa. Os métodos de análise de busca foram artigos indexados nas bases de dados eletrônicos: Scientific electronic library on-line, United States National Library of Medicine, New England Journal of Medicine e Biblioteca Virtual de Saúde. Os descritores e estratégia de pesquisa utilizados foram: type 2 diabetes mellitus, metabolic surgery, bariatric surgery e roux-en-Y gastric bypass. Dos 93 artigos encontrados, 7, sendo em inglês e português, dos últimos 15 anos, foram selecionados para leitura íntegra.

RESULTADOS

Diversos estudos demonstram eficácia da cirurgia metabólica. Em estudo com 150 pacientes, divididos em três grupos: apenas tratamento clínico e bypass gástrico ou gastrectomia vertical aliados ao tratamento clínico, houve remissão do DM2 em 12% no primeiro grupo contra 39% no segundo (SCHAUER et al., 2012). 51 pacientes apresentavam IMC abaixo de 35kg/m2. O Swedish Obese Subjects mostra remissão de 13% no grupo controle e 36% no cirúrgico. Higa et al. constatou taxa de 83% de remissão. Apenas 17% dos pacientes permaneceram nutricionalmente intactos, o que evidencia a necessidade de seguimento para tratar possíveis desordens nutricionais. Nesse sentido, ainda há muita discussão, sobretudo quanto às complicações em longo prazo, que podem afetar a saúde, ainda que com remissão do DM2. Kassir et al. aponta os efeitos pós cirurgia bariátrica, os quais se dividem em complicações pós operatórias como fístula e depleção nutricional. Um estudo realizado na UFPE avaliou a evolução ponderal e nutricional de 42 pacientes. Após 10 anos a remissão daqueles que possuíam DM2 foi de 50%. Essa baixa taxa é atribuída ao fato de serem pacientes das classes econômicas D e E. O acompanhamento nutricional foi de apenas 11,9%. Isto reforça nossa hipótese inicial de que há um pendor em pacientes de menor renda em abandonar o processo, afetando sua saúde com possíveis efeitos não só nutrícios, mas também psicológicos. Justino et al. destaca que a mudança corporal altera as relações sociais do paciente podendo levar à depressão. Bruziguessi, em pesquisa sobre os 6 meses pós cirurgia, aponta acompanhamento médico e nutricional sem influência socioeconômica, contudo o psicológico, o qual o plano de saúde não cobria, foi baixo - 13% -.

CONCLUSÕES

No geral, a cirurgia metabólica é eficaz no tratamento do DM2. Numa primeira análise, a expansão da cirurgia metabólica no SUS deveria ser incentivada. Todavia, não foram encontrados dados suficientes para analisar o pós cirúrgico desses pacientes na rede pública de saúde. Variáveis como a situação econômica do paciente e o suporte a ser oferecido pelo SUS no pós operatório devem ser consideradas para o sucesso final da cirurgia metabólica.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

UniRV - Goiás - Brasil

Autores

Rafaela Aparecida Dias de Oliveira, André de Medeiros Borges, Taylane Kemelly Macedo Lemes, Gabriel Chiarotti da Costa, Lara Dias Castro Cavalcante, Vergílio Pereira Carvalho, Larissa de Assis Timpone, Adriana Vieira Macedo Brugnoli