Dados do Trabalho


TÍTULO

A IMUNOSUPRESSAO COMO FATOR DE RISCO DE NEOPLASIA EM PACIENTES TRANSPLANTADOS: RELATO DE CASO DE NEOPLASIA DE ESOFAGO EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL

INTRODUÇÃO

Neoplasias malignas estão entre as mais importantes complicações no pós-transplante renal com incidência maior que na população não-transplantada Dentre os fatores presentes na fase pós-transplante capazes de induzirem uma maior incidência desta complicação estão alterações da imunidade induzidas pelo uso crônico de agentes imunossupressores acarretando distúrbios da vigilância imunológica da estimulação antigênica crônica e da imunorregulação O uso de imunossupressores aliado a fatores de risco como etilismo e tabagismo contribuem para o desenvolvimento das neoplasias Este efeito pode ocorrer através de alterações cromossômicas que conhecidamente são induzidas pela azatioprina e pela ciclosporina-A410 ou por outros diversos mecanismos
A importância da imunossupressão na gênese de neoplasias no pós-transplante é mostrada pela regressão de certos tumores com suspensão ou alteração do esquema imunossupressor utilizado

RELATO DE CASO

Em 04/06/13 O.L. 69, Masc, submetido a transplante renal iniciando uso contínuo de Micofenolato de sódio 1 cp 360 mg de 12/12 hrs Prednisona 1 cp de 5 mg por dia e Tracolimo 1 cp de 1 mg de 12/12 hrs Em março de 2018 relatou quadro de disfagia e perda de 5 kg em 1 mês Negou odinofagia febre náuseas vômitos tosse e alterações vocais Procurou atendimento médico onde foi feita uma EDA em 04/05/18 que indicou uma Neoplasia de Esôfago na transição Médio-Distal com anatomo-patológico evidenciando carcinoma espinocelular moderadamente diferenciado Iniciou terapia neoadjuvante com uso de quimioterapia e radioterapia em 9 sessões de 13/07/18 a 10/09/18 Ao término foi feita nova EDA em 10/12/18 evidenciando redução da lesão de 10 mm
Ex tabagista há 5 anos,50 anos/maço Ex-Etilista há 5 anos de destilados diário
EDA: 04/05/18 Esôfago Forma e Calibre normais até a 33 cm da ADS onde observou-se a presença de lesão vegetante e friável que ocupa dois terços da circunferência do esôfago impossibilitando a passagem do aparelho
Impressão diagnóstica de Neoplasia de esôfago médio
10/12/18 Forma e calibres normais Mucosa de aspecto normal até 30 cm da ADS
lesão vegetante ocupando parede lateral direita e com cerca de 12 mm de diâmetro superfície rugosa e friável
Parede lateral direita junto e acima do pinçamento diafragmático lesão com mesmas características mede 10 mm de diâmetro
Impressão diagnóstica de Neo de esôfago médio e distal

DISCUSSÃO

Medicamentos imunossupressores têm se relacionado a maior incidência de neoplasias nos pacientes e tal risco varia de acordo com a terapia imunossupressora O medicamento é usado com o intuito de diminuir as chances de rejeição no transplante
No caso relatado, a terapia usada com o Micofenolato de Sódio e Tacrolimos apresenta uma menor correlação com o desenvolvimento de neoplasias Os imunossupressores vão atuar inibindo a resposta imune celular e consequentemente diminuindo a eficácia do sistema imunológico Dessa forma as células do sistema imune não atuam de maneira adequada favorecendo o surgimento de infecções e neoplasias

Área

ESÔFAGO

Instituições

Centro Universitário Barão de Mauá - São Paulo - Brasil

Autores

Eduardo Garcia Pacheco, Mattheus Mermejo Bontempo, Gabriela Felipe França, Giovana Saldanha Fernandes, Giovanna Palumbo Vilhena, Henrique Pucinelli Utuni, Leonardo Cosac Oliveira Paranhos, Lucas Borges De Melo