Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO CONSERVADOR PARA FISTULA EM ANGULO DE HIS POSTERIOR A BYPASS GASTRICO EM Y DE ROUX – UM RELATO DE CASO DA AMAZONIA OCIDENTAL

INTRODUÇÃO

O Bypass gástrico em Y de Roux laparoscópico é a técnica cirúrgica mais empregada no mundo para o auxílio na perda de peso em indivíduos obesos. Como em qualquer cirurgia, este procedimento não é isento de complicações, dentre as quais se destacam as estenoses anastomóticas, obstrução intestinal, fístulas gastro-gástricas e gastro-cutâneas. O surgimento da fístula no pós-operatório representa um grande desafio para a equipe médica, pois é de difícil diagnóstico e seu tratamento é complexo e multidisciplinar envolvendo o controle da sepse, do déficit nutricional e o da própria fístula.

RELATO DE CASO

Z.S.C, sexo feminino, 45 anos, obesa grau III (IMC 41,36 kg/m²), hipertensa e diabética tipo II insulinodependente. Foi submetida a Bypass gástrico em Y de Roux videolaparoscópica com boa evolução no pós-operatório (PO) recebendo alta hospitalar no 2º PO. No 8º PO retornou em consulta ambulatorial queixando-se de dor abdominal difusa, dispneia e tontura. Ao exame físico apresentava FC: 138 bpm, PA: 120x49 mmHg, FR: 25 irpm, TAX: 37,8, sudoreica, desidratada, Abdome distendido, doloroso difusamente e com sinais de irritação peritoneal. Foi submetida a videolaparoscopia diagnóstica sendo evidenciado coleção localizada entre o pouch gástrico e o estômago excluso a qual foi exaustivamente irrigada e aspirada. Por fim, optou-se por drenagem da cavidade utilizando dreno de silicone e introdução de sonda nasoentérica. No 9º PO iniciamos dieta através de nutrição parenteral total devido a saída de conteúdo entérico pelo dreno de cavidade. No 20º PO após a melhora clínica da paciente foi realizada endoscopia digestiva alta que evidenciou orifício fistuloso ao nível do ângulo de His. Iniciamos trocas semanais do dreno colocado no trajeto fistuloso utilizando material siliconado de diâmetro cada vez menor (10, 8 e 4 Fr), observando diminuição do débito que nos primeiros dias chegaram a 700 ml/dia até o seu completo fechamento no 40º PO com reintrodução da dieta oral e alta hospitalar em bom estado geral no 47º PO.

DISCUSSÃO

A mais temida complicação da cirurgia gástrica para controle da obesidade mórbida é a fístula gastrointestinal, sendo a segunda causa mais comum de óbito. Os tratamentos endoscópicos com cola biológica e endoclipes são preferíveis em pequenos defeitos, porém, em defeitos maiores, a colocação de prótese através da endoscopia tem sido mais eficaz. A prótese auto expansiva de plástico tem sido muito utilizada, pois induz menos hiperplasia tecidual reacional e são removidas com maior facilidade. A principal indicação é para fístulas com diâmetro superior a 10 mm. A prótese auto expansiva metálica tem como vantagem uma menor migração que os stents de plástico.
Thodiyil, et al, analisou 33 casos de fístulas desenvolvidas no pós-operatório do Bypass gástrico que foram submetidas a tratamento conservador e concluiu, que o tratamento conservador é um método com considerável grau de sucesso no manejo de fístulas decorrentes de complicações após gastroplastia em Y de Roux.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL DE BASE DR ARY PINHEIRO - Rondônia - Brasil

Autores

RENAN JOSÉ MENDONÇA OLIVEIRA, MARCOS ALBERTO MENCONÇA VEIGA, IVAN GREGÓRIO IVANKOVICS, MARVEEN VICTOR CARVALHO SANTOS, MARCELO REGIS LIMA CORRÊA, LAINNE RAPOZO SILVA SOARES