Dados do Trabalho


TÍTULO

FRATURA DE SUPERA ASSOCIADA A SINDROME DO APRISIONAMENTO DA ARTERIA POPLITEA

INTRODUÇÃO

A Síndrome do Aprisionamento da Artéria Poplítea (SAAP) é uma doença caracterizada por compressão extrínseca da artéria poplítea e sua incidência é de cerca de 3,4%. Acomete principalmente pacientes jovens, saudáveis e praticantes de atividade física regular. Existem duas formas de apresentação: congênita, também denominada clássica ou anatômica, e a adquirida ou funcional. A forma congênita caracteriza-se por distúrbios no desenvolvimento embrionário da artéria poplítea ou dos componentes musculotendinosos da fossa poplítea, resultando em desvios arteriais ou no aparecimento de estruturas anômalas.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo masculino, 59 anos, portador de hipertensão arterial sistêmica e coronariopatia queixa-se de claudicação para curtas distâncias alternando com momentos de dor em repouso no membro inferior esquerdo. Relata tratamento endovascular prévio com implante de stent no segmento femoropoplíteo. Evidenciou-se fratura de stent previamente implantado associada a trombose intra-stent. Realizada trombectomia mecânica rotacional com dispositivo Rotarex e implante de stent SUPERA 5 x 100 mm no segmento poplíteo. Durante acompanhamento, paciente retorna com a queixa inicial, sendo submetido a nova intervenção endovascular onde foi evidenciada fratura do SUPERA implantado, sendo realizada transposição da lesão, nova trombectomia rotacional com Rotarex e implante de Stent revestido. Durante o internamento foi realizada ultrassonografia que evidenciou síndrome do aprisionamento da artéria poplítea tipo II (cabeça medial do músculo gastrocnêmio origina-se na metáfise femoral, a artéria poplítea encontra-se medial e anteriormente ao músculo causando compressão externa). Submetido a tratamento cirúrgico para correção anatômica. Encontra-se em seguimento e assintomático.

DISCUSSÃO

O segmento femoropoplíteo é um território desafiador para o implante de Stent devido as forças ao qual a artéria é submetida. A fratura de SUPERA é um evento raro. Essa complicação está relacionada ao tipo, número e comprimento de stents implantados; não sendo comum nos casos do uso do SUPERA, devido a melhoria em termos de tamanho, perfil, navegabilidade e sistema de entrega, apresentando características que melhoram o desempenho por meio do aumento da força de resistência ao esmagamento e flexibilidade, assim como a redução da força radial crônica. Entretanto, no caso em questão, evidencia-se que a associação com a síndrome do aprisionamento da artéria poplítea (SAAP), patologia caracterizada pela compressão extrínseca desse vaso, possivelmente determinou a ocorrência da fratura, visto que não há compatibilidade do tipo de dispositivo empregado com o evento ocorrido. Ao determinar a hipótese diagnóstica, é imprescindível que haja a certificação de que os parâmetros história clínica e propedêutica armada foram considerados de forma particular, a fim de estabelecer uma conduta compatível com o diagnóstico. Considera-se importante a reavaliação do paciente quando necessário.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

UFAL - Alagoas - Brasil

Autores

Brenda Emily Dias Tavares, Elton Correia Alves, Diego Espíndola, Mario Amorim, Maria Andreia Lopes Freitas, Bruno Leonardo Freitas Soares, Mario Amorim, Wellington Bispo Mandinga