TÍTULO

NEFRECTOMIA PARCIAL COMO ABORDAGEM CIRURGICA EM PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMA DE CELULAS RENAIS

OBJETIVO

Evidenciar a importância da nefrectomia parcial como opção terapêutica para o carcinoma de células renais principalmente em casos de pequenas massas.

MÉTODO

O trabalho foi estruturado como uma revisão de literatura em que foram utilizados artigos científicos da base Scielo e publicações na Revista de Ciências Médicas e Biológicas, datados entre os anos de 2006 a 2017.

RESULTADOS

O carcinoma de células renais (CCR) representa cerca de 3% dos tumores malignos em todo o mundo, sendo responsável por cerca de 100.000 mortes por ano. Segundo o primeiro Estudo Nacional sobre Câncer de Rim do Brasil, a doença é mais comum em homens (59%) e na raça branca (79%), com média de idade de 59 anos. A variante “células claras” é o seu subtipo mais frequente, correspondendo a 75% dos CCR. Além disso, aproximadamente 70% das massas diagnosticadas são pequenas massas renais (PMR), tendo menos de 4 centímetros e indicando um estágio precoce.
No passado, as PMR eram tratadas através da nefrectomia radical (NR), dessa forma, o rim afetado e a fáscia de Gerota eram removidos em sua totalidade. Contudo, hoje procura-se alcançar a cura minimizando o dano, sendo assim, sempre que possível é realizada a excisão completa do tumor preservando ao máximo a função renal. Isso pode ser obtido através da nefrectomia parcial (NP), nesse tipo de cirurgia busca-se a remoção da parte do rim afetada pelo tumor bem como dos tecidos adjacentes a mesma, preservando os néfrons restantes. Em comparação com a nefrectomia radical, essa técnica cirúrgica tem como vantagens manter a função renal ou parte da mesma, diminuir a mortalidade associada a este tipo de patologia e diminuir também os acidentes cardiovasculares associados.
De uma forma geral, as indicações da NP podem ser classificadas em eletivas, absolutas e relativas. As indicações eletivas incluem tumores periféricos e tumores renais com menos de 4cm de diâmetro, independentemente da condição do rim contralateral. As indicações absolutas referem-se a situações em que o paciente ficaria anatômica ou funcionalmente anéfrico com a realização da NR. Já as indicações relativas incluem aquelas condições que podem influenciar futuramente a função renal do rim contralateral, como nefrolitíase ou refluxo vesicoureteral.
Além disso, a estimativa da perda de volume renal poderá ser útil em predizer a sua função após a NP, visto que, o volume de parênquima perdido parece relacionar-se com a perda de função meses após a cirurgia e, desta forma, auxiliar também na programação da abordagem terapêutica.

CONCLUSÕES

A cirurgia é, até o momento, o tratamento mais efetivo para o carcinoma de células renais, sendo também utilizada como tratamento paliativo em alguns casos de tumores metastizados. Por isso, é de extrema relevância realizar a análise da nefrectomia parcial como opção cirúrgica, visto que através desta, principalmente em casos de PMR, é possível promover menor impacto a saúde do paciente sem minimizar a eficácia terapêutica.