Dados do Trabalho
TÍTULO
USO DE NEUROTUBO BIODEGRADAVEL NO REPARO DE FALHAS NEURAIS PERIFERICAS: ESTUDO EXPERIMENTAL
OBJETIVO
objetivou-se avaliar a viabilidade da utilização do neurotubo biodegradável no reparo de falhas neurais periféricas em ratos, buscando, dessa maneira, alternativas com materiais biodegradáveis no intuito de construir um conduto para reparo de nervo, confeccionado a partir de fibras derivadas do caroço do açaí, fruta endêmica da região Norte, rica em celulose e hemicelulose, de baixo custo.
MÉTODO
Aprovado pelo Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade do Estado do Pará, neste estudo experimental, foram utilizadas 45 Rattus norvegicus (Wistar), fêmeas, com 12 semanas de vida, pesando entre 169 e 271 gramas, randomizados
em 5 grupos: normalidade (GN), sepultamento (GS), desnervado (GD), neurotubo (GT) e autoenxerto (GA), cada um com 8 animais, além do grupo piloto (GP) com 05 animais.
Todos os animais da pesquisa foram submetidos à intervenção microcirúrgica, sendo o procedimento executado sob visualização da imagem no sistema de videomicrocirurgia, desenvolvido por Barros et al (2011), com aumento cerca de 50 vezes.
Inicialmente, nos animais de todos os grupos, sob visualização direta, foi realizada uma incisão longitudinal na região póstero-lateral do membro posterior direito para exposição do nervo ciático em todo o seu comprimento.
A análise estatística foi realizada no software Biostat 5.3, utilizando-se o teste ANOVA com correção pelo teste de Tukey, sendo considerado significativo p <0,05.
RESULTADOS
Após 12 semanas do procedimento cirúrgico, os animais do GT apresentaram maior latência do nervo fibular comum quando comparados aos do GA, que por sua vez não apresentou diferença estatística quando comparado aos animais do grupo
normalidade GN. Já analisando a latência do nervo tibial, não foi observada diferença entre GN, GA e GT, mostrando que houve regeneração e remielinização deste nervo, permitindo a passagem do impulso elétrico. Com relação à amplitude,
esta mostrou-se reduzida tanto no GA quanto GT, nos nervos fibular comum e tibial, em relação ao GN, porém entre si não foi observada diferença estatística (p>0,05).
Os GD e GS não apresentaram quantidade significativa de axônios contáveis na porção distal ao reparo neural do ciático, revelando possível degeneração walleriana do nervo, não havendo crescimento axonal. Os GA e GT obtiveram valores de
contagem de axônios muito inferiores aos do GN, porém mostraram crescimento axonal, apesar de não se poder afirmar que uma técnica é superior a outra, devido não apresentarem diferença estatística entre si.
CONCLUSÕES
O neurotubo biodegradável de baixo custo feito a partir da casca de açaí é viável no reparo de falhas neurais periféricas.
Área
EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA
Instituições
Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil
Autores
Deivid Ramos dos Santos, André Lopes Valente, Daniel Haber Feijó, Luan Teles Ferreira de Carvalho, Dora Fonseca da Silva, Antônio Leonardo Jatahi Cavalcanti Pimentel, Faustino Chaves Calvo, Rui Sérgio Monteiro de Barros