Dados do Trabalho
TÍTULO
PELVIGLOSSOMANDIBULECTOMIA COM RECONSTRUÇAO DE RETALHO MIOCUTANEO DE MUSCULO PEITORAL PARA TRATAMENTO DE CARCINOMA ESPINOCELULAR EM LABIO INFERIOR.
INTRODUÇÃO
O câncer de lábio é uma neoplasia maligna de boca que se apresenta em sua maior incidência no lábio inferior, com tipo histológico frequente o carcinoma espinocelular. Classificado por TNM e tipo de lesão; A lesão vegetante é mais prevalente, o verrucoso o mais raro, menos agressivo e o ulcerativo o mais propenso à invasão das estruturas profundas. A classificação TNM estabelece padrões de estadiamento a partir do tamanho, linfonodos acometidos e metástase, sendo lesões labiais menores que 2 cm de melhor prognóstico e maiores de 2 cm com índice médio de metastatização de 13,7%. Há critérios de pior prognóstico sendo eles: o grau de diferenciação histológica, a extensão tumoral para estruturas anatômicas do lábio, a recidiva local e o grau de invasão perineural ou linfática;
O principal fator de risco é exposição solar sendo mais incidente em pessoas brancas e com atividades laborais ligadas a essa exposição. O tratamento se dá pela extirpe cirúrgica da lesão, no intento de margens livres. Sendo assim lesões detectadas em menores tamanhos trazem menor prejuízo à estética e funções motoras dos lábios, ao passo que maiores estadiamentos requerem cirurgias maiores, com linfadenectomia cervical e retalhos miocutâneos para cobrir a área extirpada;
RELATO DE CASO
A paciente em questão, J. S. S., 71 anos, consultada em ambulatório da CCP da Fundação Cristiano Varella em 2015, história de carcinoma espinocelular em lábio inferior, operada 02 vezes previamente em outro serviço, sem acesso ao AP. Apresenta lesão nodular escarificada em cicatriz prévia. Realizado ampliação de margem em maio/2015 na FCV com AP de cicatriz hipertrófica. Em acompanhamento semestral até novembro/2017 não apresentou novas lesões. Retorna em novembro/2018 com história de vários procedimentos com bucomaxilo no ano de 2018, em outra instituição, com diagnóstico de ceratocisto odontogênico. Ao exame físico apresenta lesão de 3,5cm ulcerada com secreção brancacenta em região mandibular cutânea a direita. Apresenta também pequena ulceração em mucosa gengivo jugal inferior direita. Realizado biópsia com AP de CEC. Tomografia de pescoço demonstrando lesão de 3,5x1,5cm ulcerada e expansiva de partes moles, anterior ao corpo da mandíbula à direita, com sinais de erosão da mesma. Revela também formação ovalada intraparotídea e linfonodos cervicais a direita em diferentes níveis; Novo primário? Recidiva? Possível invasão perineural nas primeiras exéreses realizadas em outro serviço. Indicado e realizado em fevereiro de 2019, pelviglossomandibulectomia, incluindo lábio inferior, parotidectomia e linfadenectomia supraomo-hiodea a direita. Reconstruindo o defeito do arcabouço mandibular com placa metálica e retalho miocutâneo de músculo peitoral.
DISCUSSÃO
Esse caso nos atenta para o seguimento oncológico do paciente com diagnóstico de câncer de lábio inferior e que mesmo lesões de maior estadiamento podem ter reconstruções que mantém uma característica fisiológica compatíveis a uma boa qualidade de vida.
Área
CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO
Instituições
UNIFAMINAS - Minas Gerais - Brasil
Autores
Luiz Pereira de Oliveira Junior, Sebastião Maurício de Oliveira Castro, Rafael Miranda de Oliveira , Nataly Gomes Tolentino, Maria Eduarda Vilela Siqueira, Laryssa Constância Silveira