Dados do Trabalho
TÍTULO
OS SMARTPHONES PODEM SER USADOS PARA REALIZAR MICROANASTOMOSE ASSISTIDA POR VIDEO? UM ESTUDO EXPERIMENTAL
OBJETIVO
Avaliar a possibilidade de usar o sistema de ampliação de smartphones para realizar microanastomose em ratos.
MÉTODO
Foram utilizados 15 ratos machos da espécie Rattus norvegicus, da linhagem Wistar, divididos aleatoriamente em 3 grupos, com 5 animais cada. Todos os animais foram submetidos à anastomose da artéria femoral na parte dianteira da pata direita e neurorrafia do nervo femoral na pata posterior esquerda, acessados por meio de uma incisão longitudinal feita na região anterolateral da pata direita e esquerda, do trocanter maior em direção ao côndilo lateral do fêmur, e dissecção do tecido subcutâneo para exposição do feixe neurovascular do fêmur. Os grupos foram diferenciados de acordo com o sistema de ampliação utilizado: Microscópio (MG), smartphone iPhone 7 (IG) e smartphone Galaxy S7 (SG). No grupo do microscópio, foi utilizado um microscópio de microcirurgia DFVasconcelos para a realização dos procedimentos. Em ambos os grupos de smartphones, os aparelhos foram apoiados por meio de um suporte metálico, criado pelo próprio pesquisador, e os sistemas de ampliação foram conectados a uma televisão de 55 polegadas através da função de espelho, via wi-fi.
O peso corporal, o calibre arterial e nervoso e o tempo e patência da anastomose foram imediatamente analisados.
As análises estatísticas foram realizadas usando o software BioEstat 5.3. O peso corporal, o calibre de artéria e nervo, a anastomose arterial e a duração da neurorrafia foram comparados entre os grupos usando análise de variância, seguida de comparações pós-teste de Tukey. As taxas de patência foram comparadas usando o teste exato de Fisher. Um nível de P <0,05 foi considerado estatisticamente significativo.
RESULTADOS
Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos em relação ao peso corporal, calibre arterial ou calibre do nervo. Os primeiros passos em direção à anastomose ou ráfia foram realizados com dificuldade nos grupos IG e SG, pois os smartphones não forneceram qualidade de imagem suficiente para uma identificação adequada das paredes arteriais para anastomose ou do epineuro para evitar a lesão axonal durante a sutura. Portanto, nem a anastomose arterial nem a neurorrafia puderam ser completadas, mesmo após 3 horas da cirurgia. Já no grupo MG, o tempo necessário para completar a anastomose arterial e a neurorrafia foi de 16,80 ± 2,44 minutos e 3,82 ± 0,31 minutos, respectivamente, e a patência arterial foi de 100%, o que diferiu significativamente de ambos os grupos de smartphones (P <0,01).
CONCLUSÕES
A resolução de vídeo atual e a falta de imagem estereoscópica dos smartphones disponíveis não são suficientes para realizar a anastomose videoassistida das artérias ou nervos femorais.
Área
EXPERIMENTAL / PESQUISA BÁSICA
Instituições
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁ - Pará - Brasil
Autores
Nayara Pontes de Araújo, Deivid Ramos dos Santos , Faustino Chaves Calvo, Luan Teles Ferreira de Carvalho, Dora Fonseca da Silva, Renan Kleber Costa Teixeira, Rui Sérgio Monteiro De Barros