Dados do Trabalho
TÍTULO
HERNIA DE AMYAND: RELATO DE CASO E REVISAO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO
Hérnias abdominais estão entre as principais causas de consulta ambulatorial, e dentre elas, a inguinal é a mais comum tanto no homem quanto na mulher. A sua prevalência no homem é oito vezes maior e necessita 20 vezes mais de correção cirúrgica comparado à mulher.
Dentre os fatores de risco, destacam-se: história prévia de hérnia na infância, idade, sexo masculino, raça caucasiana, tosse crônica, constipação intestinal, fumo, trauma abdominal e histórico familiar.
Uma de suas classificações é baseada na sua etiologia, portanto, em congênitas e adquiridas. Mas a mais popularizada em nosso meio é a classificação anatômica, em direta e indireta. Há uma variedade de outras classificações, da qual destacamos a de Nyhus, que faz menção à anatomia e a recidiva.
Sua apresentação clínica é variável, desde o indivíduo assintomático até a sua procura ao serviço de emergência. A mais comum e típica é a presença de dor ou sensação de peso na região inguinal, concomitante ou não à abaulamento local, precipitada por esforços físicos ou fatores que aumentem a pressão intra-abdominal. A algia intensa ou presença de hiperemia local levanta a suspeita de estrangulamento.
Seu diagnóstico é baseado somente no exame clínico, dispensando exames complementares. A ultrassonografia pode auxiliar naqueles paciente obesos, ou com suspeita de patologias urológicas.
O tratamento, quando indicado, consiste no reparo do defeito herniário com a colocação de tela, que pode ser via laparotomia ou laparoscopia.
A hérnia de Amyand é a protusão do apêndice vermiforme, inflamado ou não, dentro do saco herniário. É condição rara, com prevalência de 0,4-0,6%. Quando associado à apendicite, reduz para 0,1%. Sua apresentação mais comum é como hérnia inguinal indireta, mas pode ser direta ou mesmo na região inguinal esquerda.
RELATO DE CASO
Paciente 34 anos, servente de pedreiro, que buscou nosso pronto-atendimento com queixa de dor em região inguinal à direita há 2 anos, com limitação de suas atividades. Durante o exame clínico ficou evidenciado abaulamento compatível com hérnia inguinal ipsilateral e proposto a cirurgia de Liechtenstein. Durante o procedimento cirúrgico, evidenciou-se a presença do apêndice cecal no interior do saco herniário. Na ausência de sinais flogísticos, optou-se por preservação dessa estrutura e colocação de tela de polipropileno.
O paciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório, recebendo alto no dia seguinte com acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSÃO
A hérnia de Amyand reúne as mais clássicas patologias com os quais lida o cirurgião. A apendicectomia não é consensual e foi a escolha do cirurgião que deu nome ao caso, ainda que no nosso caso optou-se pela preservação do órgão. A colocação da tela depende das condições no intraoperatório, que na ausência de processo inflamatório do apêndice cecal, fez-se a abordagem conforme a técnica de Liechtenstein.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
Hospital do Rocio - Paraná - Brasil
Autores
Bruno Durante Alvarez, Marcus Vitor Nunes Lindote, Fellipe Guilherme Mann, Ana Elisa Lopes, Diego Carvalho Duarte Mari, Rodrigo Rezende Silva Cabral, Alice Corrêa Lunedo, Cassia Hideko Nagaya