Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOPLASIA EPITELIOIDE DE APENDICE CECAL – RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Constituindo apenas 0,5% das neoplasias intestinais, o carcinoma de apêndice cecal CAC configura-se como uma afecção rara, a qual representa somente 1% das apendicectomias. A realização de intervenção cirúrgica baseia-se na suspeita diagnóstica de abdome agudo inflamatório e os exames complementares não possuem adequada especificidade que permita o diagnóstico desta neoplasia, fato que posterga o diagnóstico para o processo intraoperatório ou pós-operatório por estudo anatomopatológico.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 71 anos, de aspecto saudável, procura o serviço de emergência em 29/01/2018 por apresentar dor abdominal de forte intensidade, náuseas e vômitos. Ao exame físico, constatou-se dor à descompressão da fossa ilíaca direita, com sinais de irritação peritoneal. Os exames complementares apontaram uma discreta leucocitose, com predomínio dos segmentados. À ultrassonografia abdominal, foram constatados sinais compatíveis com doença inflamatória do apêndice, com consequente rotura do mesmo. Realizou-se a apendicectomia por laparotomia, a qual evidenciou processo inflamatório importante na topografia do ceco, envolvendo apêndice cecal, que se encontrava destruído. Após exérese, a peça cirúrgica foi encaminhada para análise. No pós-operatório, evoluiu com abscesso em fossa ilíaca direita, sendo submetido à drenagem cirúrgica e instalação de dreno laminar em 08/02/2018. Segue então em alta hospitalar, mas retorna ao nosocômio em 03/03/2018, com quadro de distensão abdominal, inapetência e saída de secreção fecaloide pelo orifício do dreno. Na ocasião, o laudo histopatológico da peça cirúrgica removida mostrou-se inconclusivo, optando-se pela realização do estudo imuno-histoquímico. Após análise, constatou-se a ocorrência de Neoplasia Maligna Epitelioide, com células gigantes multinuceladas tipo osteoclastos de permeio. Diante do quadro, realizou-se Tomografia Computadorizada de abdome total sendo constatados: ascite de moderado volume; espessamento de alças do intestino delgado com formação de conglomerados de alças intestinais com predominância direita; volumosa lesão expansiva em fossa ilíaca direita, com borramento e múltiplas nodulações mesentéricas sem nítido plano de clivagem com o íleo distal, com focos de enfisema de permeio. Não foram evidenciados focos neoplásicos primários. Diante dos achados aventou-se nova abordagem cirúrgica, a qual foi contraindicada, tendo em vista a deterioração clínica decorrente da espoliação pela patologia. Como resultado, o paciente evoluiu para o óbito em 21/03/2018, 51 dias após o início dos sintomas.

DISCUSSÃO

O CAC acomete a partir 60anos.Rotura é primeiro sintoma.O estadiamento do paciente é Estádio III,pelas lesões cecal,mesentérico,linfático;com perfuração intestinal e eliminação de conteúdo.Biópsia por congelamento e TC sempre fazer em apêndice atípico,para diagnóstico precoce pela visualização de calcificações ou bolhas de ar.Hemicolectomia à direita é conduta aplicável a todos os casos,com aumento da sobrevida.

Área

URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA ESTÁCIO DE JUAZEIRO DO NORTE FMJ - Ceará - Brasil

Autores

ÍTALO SILVA CRUZ, Moisés Ederlanio Tavares Araújo, Cicera Yolanda Santos Araújo, Carolina Anunciação Patricio Santos, Larissa Moreira Torres, Hermes Melo Teixeira Batista, Lineker Velozo Costa, Edgley Almeida Nóbrega