Dados do Trabalho
TÍTULO
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DO TRAUMA VASCULAR ABDOMINAL EM CENTRO DE REFERENCIA DE ATENDIMENTO AO POLITRAUMATIZADO
OBJETIVO
Identificar o perfil epidemiológico, mecanismo de trauma mais prevalente e o desfecho do tratamento cirúrgico do trauma vascular abdominal em um serviço de referência em atendimento ao politraumatizado, considerando a alta letalidade desse trauma.
MÉTODO
Estudo transversal retrospectivo incluindo vítimas de trauma diagnosticadas com lesão vascular abdominal submetidas a tratamento cirúrgico. Os sujeitos estudados foram admitidos no Hospital Universitário Cajuru na cidade de Curitiba-PR, centro de referência em atendimento ao politraumatizado, em um período de 24 meses contínuos. Avaliou-se dados epidemiológicos, mecanismo de trauma, lesões associadas, tipo e desfecho do tratamento realizado.
RESULTADOS
A média de idade dos 20 pacientes inclusos no estudo foi de 30,8 anos, sendo 5% do sexo feminino. Ferimento por arma de fogo foi a principal causa (62%/n=10) do mecanismo de trauma mais prevalente, o trauma penetrante (90%). A veia cava inferior foi a mais acometida (26,09%), seguida pela artéria renal (13,04%). A artéria e veia ilíaca, artéria hipogástrica e vasos gonadais tiveram uma incidência de 8,7% cada. Assim como a artéria e veia mesentérica superior, veia esplênica, veia porta, veia hipogástrica e artéria ileocólica com 4,35% cada. A lesão mais associada foi a ureteral (25,64%/n=10), na sequência lesão hepática (17,95%), lesão esplênica (10,26%), intestino delgado (10,26%), cólon (10,26%), pâncreas (7,69%), rins (7,69%), árvore biliar (5,13%) e estômago (5,13%). Em 35% dos pacientes foi indispensável a cirurgia de controle de danos. O fechamento da cavidade abdominal foi primário em 65% dos pacientes, curativo a vácuo em 15% e bolsa de Bogotá nos outros 15%. A reabordagem cirúrgica ocorreu em 6 pacientes (30%), sendo quatro para “second look” do controle de danos e dois para tratamento de sepse abdominal. Entre os sujeitos submetidos a cirurgia de controle de danos houveram 3 óbitos antes da reabordagem cirúrgica. Complicações pós-operatórias ocorreram em metade dos pacientes: choque hipovolêmico refratário a drogas vasoativas (n=4), insuficiência renal aguda (n=3), infecção de ferida operatória (n=2), sepse abdominal e/ou pulmonar (n=2), pancreatite (n=1), enterorragia (n=1), amputação de membro (n=1). Taxa de óbitos no presente estudo foi de 30% (n=6), principalmente por choque hipovolêmico refratário (n=4). Choque séptico foi a causa de 2 óbitos, seguido de coagulopatia (n=1) e mal convulsivo refratário (n=1). Nove dias foi a média de tempo de internamento, com variação entre 0 e 36 dias.
CONCLUSÕES
O perfil epidemiológico do trauma vascular abdominal obtido corrobora a literatura ao apresentar a alta letalidade, maior prevalência do sexo masculino e como principal mecanismo, o trauma penetrante. E as lesões por levarem a rápida deterioração do quadro exigem um tratamento imediato e eficaz, fundamental para sobrevivência.
Área
TRAUMA
Instituições
Hospital Universitário Cajuru - Paraná - Brasil
Autores
Emanuella Roberta Ina Cirino, Bruna Sumie Kawasaki, Renata Marcante, Patrícia Longhi Buso, Gabriel Ramos Jabur, Luiz Carlos Von Bahten, Paula Trintinalha