Dados do Trabalho


TÍTULO

SOBREVIDA DE PACIENTES COM ADENOCARCINOMA GASTRICO NO PERIODO DE 2005-2018 EM UM HOSPITAL UNIVERSITARIO DO DF

OBJETIVO

O câncer gástrico é um dos tumores malignos de maior mortalidade no mundo, sendo o quarto mais frequente nos homens e o sexto nas mulheres. Porém, sua sintomatologia inespecífica torna o diagnóstico tardio, muitas vezes com a doença em estádios avançados. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil dos pacientes atendidos no serviço de cirurgia geral do Hospital Universitário de Brasília (HUB) quanto aos aspectos anatomopatológicos dos pacientes submetidos à operação.

MÉTODO

O estudo foi realizado com a coleta de dados dos prontuários de 102 pacientes operados por câncer gástrico no HUB no período de 2005 a 2018. O perfil anatomopatológico foi avaliado conforme os laudos da peça cirúrgica, e os dados sobre quimio ou radioterapia coletados no prontuário.

RESULTADOS

Um total de 102 pacientes foram atendidos com diagnóstico de câncer gástrico no período, entretanto a sobrevida só pôde ser avaliada em 58 pacientes. Dos 58, houve predomínio masculino (63,7%) e idade entre 34 e 84 anos (média de 58 e mediana de 60,5). Foi realizada gastrectomia subtotal (n=32) , total (n=17), e 9 pacientes foram considerados irressecáveis. O estadiamento patológico foi: Ia (n=9), Ib (n=2), IIa (n=6), IIb (n=5), IIIa (n=5), IIIb (n=11), IIIc (n=10), IV (n=10). A ressecção de linfonodos variou em quantidade de 4 a 88 por paciente (média de 27 e mediana 24), havendo recidiva em 85,7% naqueles com ressecção menor que 12 linfonodos, enquanto, no restante, foi de 39,2%. 20 pacientes foram submetidos à RT e 42, à QT, da qual predominou a adjuvante (53,4%). Houve recidiva em 27 pacientes cujo tempo livre de doença foi, em média, de 14 meses, sendo os principais sítios de recidiva tumoral o fígado e o peritônio (n=8 em ambos). 43 pacientes evoluíram a óbito, com proporções diferentes em cada estádio (Ia:34%, IV: 89%). Houve 2 mortes por complicações pós-operatórias e outras 2 por causas externas (estes possuíam estádios Ia). A sobrevida média global foi de 17 meses e 14 dias e, nos pacientes submetidos à QT, foi percebida uma sobrevida média global 4 meses maior. Por fim, o tipo histológico mais comum foi o tipo intestinal de Lauren (46,5%) bem como o grau de diferenciação moderado (36,2%) e a associação de ambos representou o maior número de óbitos (27,9%) neste estudo.

CONCLUSÕES

O diagnóstico precoce mostra-se fundamental para reduzir as taxas de mortalidade do adenocarcinoma gástrico. Além disso, a quantidade de linfonodos ressecados altera o prognóstico do paciente, sendo a linfadenectomia D2 mais indicada.

Área

ESTÔMAGO E DUODENO

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - Distrito Federal - Brasil

Autores

Renato Correia da Silva Júnior, Lorenzo Leite Dino, Ana Virginia Ferreira Figueira, Andrea Pedrosa Ribeiro Alves Oliveira