Dados do Trabalho
TÍTULO
A IMPORTANCIA DA VTC NA CORREÇAO DA AE
INTRODUÇÃO
AE é a interrupção do esôfago torácico por falta do segmento ou formação de fístula para o trato respiratório. O êxito da sua correção é um marco na caracterização da Cirurgia Pediátrica como especialidade. Aquele que se dedica à especialidade só se considera um especialista após conseguir sua primeira sobrevida em AE. Com o diagnóstico precoce, cuidados pré e pós-operatórios em UTI Neonatal, as taxas de sobrevida evoluíram de 70% para 90% em casos de bom prognóstico segundo WATERSON, 1969 (peso >2500g, ausência de pneumonia e de malformações cardíacas). No entanto a cirurgia por vídeo veio demonstrar que mesmo em piores condições de nascimento é possível obter melhores resultados, o que se tornou objetivo desse trabalho.
DESCRIÇÃO DO VÍDEO
Recém-nascido pré termo (RNPT), 33 semanas, masculino, nascido em hospital universitário, baixo peso 1755g, Apgar 8/1ª hora com AE e Fistula Tráqueo-Esofágica Distal (FTED), PCA de 2,8mm. No 2º dia de vida foi submetido à VTC com IOT não seletiva, posição de bruços com coxim sob tórax e abdome, braço direito estendido ao longo da cabeça. 1º trocar curto 5mm em região infra escapular, 5º EICD, para ótica de 4mm/30º, 2º e 3º trocateres de 3mm a 2cm da linha vertebral em 10º EICD para pinças de trabalho e no 3º EICD, linha axilar para hook, tesoura e porta-agulhas. Ligadura da FTED com Ethibond 4-0, agulha 1,7 e dissecção do coto proximal para esôfago-esôfago anastomose sobre a veia Ázigos com Vycril 5-0 (6 pontos) e 6-0 oftálmico (6 pontos), recortados com 5cm de comprimento e agulha “em ski”. Deixada sonda nasogástrica e dreno torácico e retorno para a UTI com nutrição parenteral a partir do terceiro dia de vida. Contraste oro-esofágico no 8º dia de cirurgia após retirada da sonda, anastomose em bom estado, liberada dieta oral por mais 8 dias em enfermaria e alta com 1850g. Retorno ambulatorial sem qualquer intercorrência nos últimos 12 meses.
CONCLUSÃO
A visão da anatomia no RN em hemitórax com a VTC para AE foi tão melhorada que se tornou procedimento confiável, seguro e tecnicamente desafiador. Necessita expertise da equipe cirúrgica e anestésica, torna imprescindível uma longa curva de aprendizado e material de 3mm que, mesmo sendo compatível com RNPT e muito delicado, ainda parece material desproporcional ao RNPT de peso menor que 1800g quando se vê o filme. No entanto, nos permite uma boa identificação dos órgãos, inclusive dos nervos vagos dificilmente vistos com a toracotomia convencional.
Área
CIRURGIA PEDIÁTRICA
Instituições
UFTM - Minas Gerais - Brasil
Autores
Barbara Lemes Fernandes, Letícia Braga Tiossi, Olívian Machado Rodrigues, Adriana Cartafina Perez-Bóscollo, Marília Do Valle Ribeiro, Fernanda De Paula Guardieiro, Eduardo Felipe Faria Nunes, Kattiélen Sousa Ferreira