Dados do Trabalho
TÍTULO
LEIOMIOSSARCOMA RETROPERITONEAL GIGANTE
INTRODUÇÃO
Os sarcomas correspondem a 0,2% de todas as neoplasias. Os leiomiosarcomas correspondem a 20% dos sarcomas retroperitoneais.São tumores típicos da 4° a 6° décadas. Podem ter origem em estruturas que contenham músculo liso.Fatores de risco: radioterapia prévia, trauma, exposição ao asbesto e herbicidas.
A raridade de tais tumores, combinada com uma vasta gama de tipos histológicos, complica seu conhecimento e afeta o desenvolvimento de novas terapias. Possuem uma grande tendência de recidiva local e disseminação para outros órgãos abdominais, apresentando também recorrência à distância, com relatos de recorrência em 5 anos de até 80%
RELATO DE CASO
Paciente feminino, 42 anos, refere dor em HD há 3 meses associada a crescimento de massa em mesma região. Ao exame físico é notada uma massa em HD de 30 cm e dor a palpação da mesma. Sem outras queixas. Comorbidades: HAS, obesidade, gastrite e hérnia de hiato. Foi realizado tomografia para mensurar tamanho e realizar estadiamento e ressonância magnética que indicava a presença de massa que abrangia desde o hipocôndrio direito até fossa ilíaca direita. Foram realizadas 2 biópsias guiadas por tomografia com resultado de leiomioma. Após exames, paciente foi submetida a uma laparotomia exploradora na qual foi observou-se uma massa retroperitoneal gigante intimamente aderida a estruturas importantes como duodeno, veia porta e veia cava inferior. A ressecção foi iniciada com manobra de Catel e dissecção do tumor no fígado e na parede abdominal, seguida de vias biliares, artéria hepática , e veia porta. Após, foi realizada a dissecção duodenal e de estruturas adjacentes. O tumor acometia também as veias renais, e ao dissecar o tumor nesse região foi necessária nefrectomia à direita, colocação de prótese na veia renal esquerda com rafia da veia cava. A ressecção próxima ao duodeno, via biliar e veia porta foi marginal. A cirurgia correu bem e sem complicações. A peça anatômica pesou 6170g, medindo 30x10x4,0 cm foi enviada para o anatomopatlógico, o qual evidenciou a presença de um leiomiossarcoma. A paciente necessitou de cuidados na terapia intensiva por 24 dias, e foi de alta sem maiores complicações. Hoje segue em acompanhamento ambulatorial.
DISCUSSÃO
O diagnóstico requer estudo anatomopatológico e, por vezes,imunoistoquímico,como no nosso caso ,dada a não tão rara ocorrência de laudos inconclusivos.
O tratamento cirúrgico, além de fornecer material para o estudo anatomopatológico, mostra-se fundamental para tratamento da lesão em si e prevenção da invasão de estruturas subjacentes, o que torna menor e mais complicada sua ressecabilidade. O objetivo de procedimentos tão complexos e agressivos, deve ser, além de tratar a causa base, o de ocasionar no paciente as mínimas complicações e repercussões.
Considerando a baixa incidência dessa patologia, o atendimento centrado, multidisciplinar e constante ao paciente deve ser considerado e posto em prática, buscando a resolução da patologia e prevenção de agravos secundários.
Área
PAREDE ABDOMINAL
Instituições
UNIMAR - São Paulo - Brasil
Autores
Victória Lot Avezum, Mateus de Almeida Moreira Silva, Affonso Geromel Guirado, Franciele Rodrigues Marconato