Dados do Trabalho
TÍTULO
AJUSTE SACRAL NO LIFTING GLUTEO EM PACIENTES POS-BARIATRICO E GRANDE PERDA PONDERAL
OBJETIVO
As alterações da região glútea após grandes emagrecimentos ou cirurgia bariátrica, manifestam-se como flacidez cutânea, perda do volume adiposo e da massa muscular, causando variadas queixas dos pacientes.
A tração dos retalhos no sentido supero-medial causa um excesso cutâneo e adiposo na região sacral, necessitando maior retirada de tecido, além de ajuste na posição e no formato do sulco glúteo. Para isso, diferentemente dos autores que determinam previamente a quantidade de tecido a ser excisada, fazemos este ajuste no final da cirurgia, possibilitando maior retirada de pele, correção de assimetrias e confecção do sulco glúteo conforme a anatomia individual.
MÉTODO
Foram submetidos ao lifting glúteo 15 pacientes com idade entre 20 e 61 anos, sendo 02 do sexo masculino e 13 do feminino. Seis pacientes tinham sido submetidos à cirurgia bariátrica e 09 se apresentaram após grande emagrecimento.
Em 12 pacientes utilizamos retalho adiposo para a projeção da metade superior da região glútea. Em 03 indivíduos, além do retalho adiposo, incluímos prótese de silicone pela mesma incisão.
Demarcamos a paciente em posição ortostática, criando dois segmentos laterais, avaliados por pinçamento bidigital, que se estendem até a região sacral.
Os segmentos cutâneos são excisados preservando-se, na maioria dos casos, o coxim adiposo, com o qual podemos também confeccionar retalhos para melhor projeção da porção superior.
Dependendo de nossa avaliação, e da preferência da paciente, podemos incluir um implante de silicone pela borda superior do músculo glúteo.
Após esta etapa tracionamos o retalho inferior (glúteo) no sentido súpero-medial, causando excesso de pele na região sacral. Será feito então o ajuste, retirando pele do retalho superior e ou do inferior. Esta manobra corrige a assimetria da região, evita a subida do sulco e posiciona o neo sulco glúteo conforme a anatomia da região e o padrão masculino ou feminino.
RESULTADOS
Dos 15 pacientes tratados, tivemos as seguintes intercorrências: 01 caso de hematoma, tratado apenas com punção aspirativa; 02 casos de seroma com drenagem espontânea pela ferida operatória; e 02 casos de deiscência parcial da sutura, sendo que em apenas 01 desses casos houve necessidade de revisão da cicatriz.
CONCLUSÕES
A grande flacidez cutânea associada à alteração da textura, nos pacientes emagrecidos, principalmente após cirurgia bariátrica, dificulta o preciso planejamento na retirada de pele.
A marcação prévia deste segmento pode comprometer o adequado posicionamento final da cicatriz, devido às diferenças na quantidade de pele excedentes a cada lado após a tração dos retalhos, resultando em cicatrizes altas, perceptíveis nas roupas de banho ou muito baixas com o apagamento do sulco glúteo.
O ajuste cutâneo da região sacral, realizado ao final do lifting glúteo, proporciona simetrização e posicionamento mais precisos do neo sulco.
Área
CIRURGIA PLÁSTICA (Inclusive neoplasias malignas de pele)
Instituições
Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
João Medeiros Tavares Filho, Diogo Franco, Ivan Demolinari, Cesar Silveira Claudio da Silva, Talita Franco, Raquel Tobias Medeiros Tavares