Dados do Trabalho


TÍTULO

NEOPLASIAS MALIGNAS DE PELE EM PACIENTES TRANSPLANTADOS HEPATICOS

OBJETIVO

A ocorrência de neoplasias tem sido cada vez mais reconhecida como uma complicação tardia importante dos transplantes de órgãos sólidos. Ratificar que o uso de medicamentos imunossupressores é o principal fator predisponente ao desenvolvimento destas neoplasias, sendo os diferentes tipos de câncer de pele e as doenças linfoproliferativas os tipos mais frequentes em pacientes transplantados, foi o objetivo deste trabalho

MÉTODO

Levantamos os dados de 300 pacientes submetidos a transplante hepático em acompanhamento ambulatorial em um mesmo serviço, selecionando aqueles que apresentaram algum tipo de neoplasia de pele após a realização do transplante.

RESULTADOS

De 300 paciente analisados, encontramos 5 casos de neoplasias malignas da pele, detectadas em 4 pacientes. Os pacientes são todos do sexo masculino, com idades variando de 53 a 61 anos. Na classificação dos fototipos de Fitzpatrick, dois apresentavam fototipo 1 e dois apresentavam fototipo 2. Nenhum deles realizava uso regular de protetor solar. Os tumores encontrados foram 4 carcinomas basocelulares e 1 carcinoma de células escamosas da pele. As localizações dos tumores eram nariz (1), outras regiões da face (3) e ombro (1). 4 lesões foram retiradas com margens cirúrgicas livres, e um paciente que apresentou margens cirúrgicas comprometidas foi submetido à ampliação das margens em novo procedimento. 2 lesões apresentavam lentigo solar associado, e outras duas apresentavam ceratose actínica na pele adjacente.

CONCLUSÕES

Pacientes receptores de transplantes de órgãos sólidos apresentam risco até 7 vezes maior do que a população geral de desenvolverem câncer, devido à imunossupressão e consequente redução dos mecanismos imunológicos de eliminação de células neoplásicas. As neoplasias constituem hoje a segunda causa de mortalidade em receptores de órgãos sólidos na Europa e Estados Unidos. As neoplasias malignas de pele possuem alta incidência em países tropicais como o Brasil, e a sua incidência nos pacientes receptores de transplantes de órgãos sólidos também é elevada.
Na série analisada, nenhum dos pacientes diagnosticados com neoplasia de pele utilizava o protetor solar. Embora a importância do uso do protetor solar seja enfatizada para todos os pacientes transplantados no momento da alta hospitalar e posteriormente reforçado nas consultas de retorno, existem barreiras econômicas e culturais que dificultam a aderência desse cuidado por parte dos pacientes.

Área

TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS

Instituições

Instituto de Cardiologia do Distrito Federal - Distrito Federal - Brasil

Autores

Renata Pereira Fontoura, Fellipe Marques da Silva Araújo, Laura Viana de Lima, Eduardo Resende Sousa e Silva, Lucas Machado da Rocha Tarlé, André Luis Conde Watanabe, Natália de Carvalho Trevizoli, Gustavo de Sousa Arantes Ferreira