Dados do Trabalho


TÍTULO

DISSECÇAO AGUDA DE AORTA RECORRENTE, UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A dissecção aguda da aorta (DAA) é uma emergência cardiovascular e tem como principal fator de risco a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Resulta da ruptura da camada íntima vascular, criando uma falsa luz no vaso. Esta ruptura ocorre principalmente em pontos onde há grande energia cinética, como na convexidade da aorta ascendente, acima das comissuras da valva aórtica e na aorta descendente.
Os casos de recorrência restringem-se a 10%, sendo esta a singularidade do relato apresentado, cuja recidiva ocorreu num intervalo de um ano.

RELATO DE CASO

WGP, masculino, 52 anos, hipertenso, com antecedente de fibrilação atrial paroxística e IAM em 2015, submetido à angioplastia com stent. Apresentou o primeiro episódio de dissecção aguda de aorta ascendente em 2017, realizado angiotomografia de aorta que identificou dissecção de aorta tipo A e oclusão de artéria Carótida Comum Esquerda (CCE). Paciente realizou tratamento cirúrgico com troca de valva aórtica, troca da aorta ascendente (tubo de dracon 30mm), troca do arco aórtico e troca do arco braquicefalico no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal.
Após 5 meses, relatou cefaleia e tontura associados à turvação visual. O Doopler de caróticas e vertebrais evidenciou redução do fluxo a hiperextensão do pescoço em região de CCE e o ECG constatou fibrilação atrial, sendo encaminhado para tratamento ambulatorial de anticoagulação.
Em 2018, apresentou um novo episódio de DAA. A angiotomografia apresentou delaminação intimal acima da origem do tronco celíaco, com duplo lúmen patente, e amplo orifício de reentrada (13mm) e delaminação intimal residual na transição tóraco-abdominal da aorta, com extensão de 6,3 mm. Sendo submetido ao implante de endoprótese aórtica. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial no IHB.

DISCUSSÃO

O diagnóstico da DAA é baseado na história clínica e confirmado por exames complementares preferencialmente não invasivos e de maior acurácia como a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e o ecocardiograma transesofágico e transtorácico, classificando-os em tipo A ou B de Stanfort.
Sabe-se que as principais causas são iatrogênicas, decorrente de persistência da DAA inicial ou sua recorrência. Além disso, estudos revelam que a incidência de novas DAA ascendente oscilam de 0,03 a 0,1.
Entre os fatores que predisponentes à DAA, destaca-se a Hipertensão Arterial Sistêmica, presente em cerca de 76% dos pacientes. No presente caso, trata-se de um paciente hipertenso de longa data, que não controlava sua pressão arterial e evoluiu com emergência hipertensiva, o que enfatiza a importância do problema HAS e suas consequência a longo prazo, com necessidade de tratamento e abordagem adequada no controle da PA a fim de proteger danos em órgãos-alvo.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

Universidade Católica de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Sara Ayres Soares de Souza, Amanda de Souza Schlosser, Bruna Leles Vieira de Souza, Juliana Soares de Araújo, Leonardo Paiva Marques de Souza, Phellipe Fabrini Santos Lucas, Victória Mundim Sales da Cruz, Ana Claudia Cavalcante Nogueira