Dados do Trabalho


TÍTULO

LEIOMIOSSARCOMA GIGANTE DE VEIA CAVA SUPERIOR: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O leiomiossarcoma vascular é um tumor maligno mesodermal, que se desenvolve a partir de fibras musculares lisas da camada média. Sarcomas de grandes vasos são raros e de ruim prognóstico, constituindo 0,5% dos sarcomas e 1% de todos os cânceres no adulto. O crescimento é lento, sendo no momento do diagnóstico, com dimensão media de 10,8 cm. Acomete principalmente mulheres na sexta década de vida. Sendo a ressecção completa, com margens negativas, a única chance de sobrevida em longo prazo.

RELATO DE CASO

T.L.R., 77 anos, sexo feminino, com perda ponderal há 03 meses e volumosa massa abdominal, admitida no Hospital Alberto Cavalcanti. Foi submetida à tomografia computadorizada (TC) de abdome evidenciando lesão expansiva com áreas de necrose centrais, em hipocôndrio direito e flanco direito medindo 19x15x13 cm, e hidronefrose moderada à direita. Através de core biopsy, evidenciou neoplasia fusocelular de baixo grau e a imuno-histoquímica caracterizou como leiomiossarcoma com moderado pleomorfismo nuclear. Durante a laparotomia exploradora foi evidenciado lesão abaixo dos vasos renais, rechaçando os cólons ascendente e transverso. Foi realizado nefrectomia direita, para acesso posterior à massa e liberação da aorta abdominal além da ligadura e ressecção de veia cava inferior abaixo das veias renais e na emergência das veias ilíacas. Paciente evoluiu em pós-operatório habitual apresentando trombose venosa profunda 21 dias após procedimento cirúrgico.

DISCUSSÃO

O leiomiossarcoma de veia cava inferior é uma entidade rara, com poucos relatos na literatura. Esse tumor tem como origem a musculatura lisa da parede venosa. A clínica é inespecífica, podendo ser assintomáticos. Em 66% dos casos, a sintomatologia é caracterizada por dor abdominal. A dimensão tumoral é um dos principais fatores prognósticos, se ressecção com margens livres a sobrevida em cinco anos de 30 a 53 % e os inoperáveis a sobrevida é de meses. Devido aos sintomas inespecíficos e tardios, confere-se prognóstico reservado. A classificação de Kulayalat é utilizada para avaliação de extensão tumoral, de acordo com a topografia tumoral na veia cava inferior: segmento I – infrarrenal (34% dos tumores); segmento II- inter e suprarrenal, mas não incluindo veias hepáticas principais (42 % dos tumores); segmento III- da veia hepática ou átrio direito (24% os tumores). Para diagnóstico é necessária biópsia e estadiamento. O diagnóstico histopatológico é importante para determinar se o tumor é primário ou secundário. A ressecção radical em bloco, com margens livres, com ausência de metástases é o único potencial curativo. A reconstrução venosa deve ser realizada quando circulação colateral não é suficiente para retorno venoso adequado. Quimioterapia tem sido indicada para tumores inoperáveis, doença metastática e em pacientes jovens, apesar de ser controverso o tratamento neoadjuvante e adjuvante.

Área

CIRURGIA VASCULAR

Instituições

HOSPITAL ALBERTO CAVALCANTI - Minas Gerais - Brasil

Autores

BRUNO AQUINO MARCELINO BRUNO MARCELINO MARCELINO, LUISA OHASI FIGUEIREDO OHASI FIGUEIREDO, RAFAEL BARBOSA DE SANTIS BARBOSA DE SANTIS, BÁRBARA BARBOSA MONTEIRO BARBOSA MONTEIRO, SHALINE BRAGA RAMOS BRAGA RAMOS, ALBERTO JULIUS ALVES WAINSTEIN JULIUS ALVES WAINSTEIN, VALDETE DE LOURDES CASSARO DE LOURDES CASSARO