TÍTULO

DISPOSITIVO LACEMA PARA EXERESE DE CISTO SEBACEO: MODELO EXPERIMENTAL

OBJETIVO

Dentre as lesões benignas mais comumente encontradas pelos dermatologistas, evidencia-se o cisto sebáceo, o qual consiste na oclusão de um conduto de uma glândula sebácea. Apesar de geralmente assintomático, pode ser acompanhado por complicações, tal qual infecção secundária. Nesse sentido, o tratamento mais comum de um cisto não infectado é a intervenção por meio de exérese cirúrgica com ressecção do cisto, sem rompimento da cápsula. Diante da importância e da frequência desse procedimento na atenção básica, o objetivo deste artigo é apresentar um dispositivo experimental prático e viável que busque simular as condições anatômicas da pele e do cisto sebáceo encontradas pelo profissional de saúde.

MÉTODO

Para o desenvolvimento do dispositivo, foram utilizados balão de látex não vulcanizado e folha em EVA para simular pele e tecido celular subcutâneo, respectivamente, unidos entre si por fita adesiva e fixados em tábua de madeira de 25 x 15 cm. Para a simulação do cisto, foi produzido um envoltório de material plástico — preenchido em seu interior por sebo fictício composto por mistura de amido em água e tinta amarela —, posicionado na porção central do modelo abaixo da pele e subcutâneo simulados. Inicialmente, foram tomadas as medidas de assepsia, com colocação de luvas e óculos de proteção. Em seguida, realizou-se a antissepsia com PVPI e colocação de campo estéril. A anestesia foi realizada com o auxílio de uma agulha hipodérmica por técnica de bloqueio de campo regional, introduzindo-se lidocaína no subcutâneo aproximadamente no meio da lesão. Logo após, realizou-se uma incisão longa e profunda com o bisturi até identificar-se a cápsula do cisto. Utilizando-se uma pinça dente de rato e uma tesoura curva, foi promovida a divulsão do tecido adjacente ao cisto, seguindo-se pela retirada do cisto da cavidade com uma pinça anatômica, sem rompimento da cápsula. Em seguida, limpou-se a cavidade com soro fisiológico e gaze, sendo realizada a sutura com pontos simples, seguida de curativo com gaze e esparadrapo.

RESULTADOS

O dispositivo experimental mostra-se eficiente para treinamento de estudantes da graduação, na medida em que permite reproduzir todas as etapas do procedimento para exérese de cisto sebáceo. Nesse contexto, garante o aprendizado e a capacitação profissional na atenção básica, de forma a diminuir a demanda em outros níveis de saúde. Destaca-se ainda que os materiais utilizados para confecção do modelo são de baixo custo e de fácil aquisição, o que permite a sua fácil reprodutibilidade em diversas condições e em grande quantidade, garantindo a montagem de modelos individuais para prática de cada aluno.

CONCLUSÕES

O modelo experimental desenvolvido é importante ao aplicar conhecimento teórico na vivência prática, correspondendo a um material de baixo custo, boa aplicabilidade e caráter didático voltado à capacitação dos estudantes de medicina para o desenvolvimento de um procedimento comum da atenção primária.