Dados do Trabalho
TÍTULO
RELATO DE CASO - APENDAGITE EPIPLOICA E REVISAO DE LITERATURA
INTRODUÇÃO
A Apendagite Epiplóica (AE), reconhecida em 1956, é uma entidade clinica benigna e auto-limitada decorrente da torção ou trombose das veias que drenam os apêndices epiploicos. Quando o apêndice epiplóico é mais longo que o usual, a veia, já mais longa que a artéria em virtude de seu trajeto tortuoso, altera sua anatomia e seu pedículo toma um formato espiral. Essa aberração predispõe à uma torção aguda e consequente isquemia com necrose asséptica. Quando ocorre crônicamente resulta em pouco ou nenhum sintoma, em contraste, agudamente pode mimetizar abdome agudo inflamatório. Em termos de prevalência, é diagnosticado em 2 a 7 % dos pacientes com suspeita inicial de diverticulite e 0,3 a 1% daqueles com suspeita de apendicite. Acomete indivíduos entre a 2 e 5 década de vida, predominando aos 40 anos. Pode acometer qualquer segmento colônico, mas é mais frequente no retossigmóide (57%), segmento íleocecal (26%) e cólon ascendente (9%). Seus principais fatores de risco são obesidade, aumento da gordura visceral e exercícios extenuantes. O diagnóstico se faz por tomografia computadorizada (TC) de abdome, que revela o achado clássico de um apêncite epiplóico 2 a 3 cm, ovalado e de densidade gordurosa. A identificação desta doença permite o diagnóstico correto e pode evitar internamentos e/ou procedimentos cirúrgicos desnecessários. O tratamento é, geralmente, conservador com uso de anti-inflamatórios não hormonais e analgésicos, geralmente com resolução entre 3 e 14 dias, dispensando a necessidade de internação. Apesar de benigna, há espaço para a abordagem cirúrgica naqueles que falham o tratamento conservador e apresentam novos ou piora dos sintomas como febre alta, dor progressiva e nos casos extremos, intussuscepção, obstrução mecânica e abscesso. Opta-se então pela ligadura e ressecção do apêndice epiplóico.
RELATO DE CASO
Paciente feminina, 26 anos de idade, sem comorbidades, relata dor abdominal de início súbito localizada no hemiabdome direito, sem irradiação há 1 dia. Nega vômitos ou alteração do hábito intestinal. Sem alteração na menstruação. No exame físico apresentava-se afebril e normotensa. O exame torácico era normal. O abdome era plano, com dor à palpação profunda da fossa ilíaca direita, sem sinais de irritação peritonial. Os RHA estavam presentes. Foram solicitados exames laboratoriais e TC do abdome e pelve com diagnóstico de imagem de apendagite. Recebeu alta com analgésicos e antiinflamatórios com resolução dos sintomas.
DISCUSSÃO
Entre as doenças que evoluem para abdome agudo, a apendagite aguda deve entrar no diagnóstico diferencial com apendicite aguda e diverticulite aguda principalmente quando não existem outros sintomas associados a dor abdominal, além de exames laboratoriais sem alterações. Atualmente o diagnóstico por TC de abdome na maioria das vezes afasta o diagnóstico de outras doenças e caracteriza a apendagite aguda. Como o tratamento de escolha desta doença é preferencialmente clínico, evita-se intervenções cirúrgicas desnecessárias.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
PUCPR - Paraná - Brasil
Autores
Fellipe Guilherme Mann, Sergio Luiz Rocha, Marcus Vitor Nunes Lindote, Paula Dutra Bernhardt, Thaís Dutra Bernhardt, Matheus Vieira dos Santos, Adriana Cristina Vianna Alvarenga, Júlia Paula de Sant’anna Fabris