Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTOS DE INTERCORRENCIAS CIRURGICAS X CLINICAS POS-CIRURGIA BARIATRICA: UM COMPARATIVO ENTRE AS REGIOES BRASILEIRAS

OBJETIVO

Comparar o número de tratamentos de intercorrências cirúrgicas e clínicas pós-cirurgia bariátrica no Brasil, analisando a ocorrência entre as regiões brasileiras nos últimos 6 anos, visto que esta é a opção de tratamento mais efetiva para a obesidade mórbida e um importante complemento a outras terapias de perda de peso e comorbidades associadas.

MÉTODO

Foi realizado um estudo ecológico restrospectivo, com base nos dados do Sistema de Informação Hospitalar do SUS (SIH/SUS), em que foram incluídos os pacientes submetidos a cirurgia bariátrica, no período de janeiro de 2013 à dezembro de 2018, associado a revisão de literatura nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO. Descritores cadastrados no DeCS: Cirurgia Bariátrica, obesidade, complicações.  

RESULTADOS

A cirurgia bariátrica é, atualmente, a melhor opção de tratamento para a obesidade mórbida, complementando a prática de outras terapias para o controle de peso e de comorbidades associadas ao excesso de adiposidade. Essa tem sido utilizada há décadas e um grande número de estudos tem mostrado sucesso terapêutico, porém, como toda cirurgia abdominal alta, não é isenta de complicações cirúrgicas e clínicas. Entre elas: cardíacas, respiratórias, tromboembolismo pulmonar, abscesso subfrênico, infecção de ferida operatória, fístulas, lesões esplênicas, evisceração/deiscência, hemorragias digestivas, trombose venosa profunda, neurológicas/renais, seroma de parede abdominal e obstrução intestinal. Nesses últimos 6 anos foram realizados 1.584 tratamentos de intercorrências clinica pós-cirurgia bariátrica com 22 óbitos, o que resulta em 1,38% dos casos e 456 tratamentos de intercorrências cirúrgicas com 33 óbitos, resultando em 7,23% dos casos. A região com mais procedimentos realizados é a região sul que contabiliza 320 intercorrências cirúrgicas (70,17%) e 1065 intercorrências clínicas (67,23%), ficando a região sudeste em segundo lugar com 383 intercorrências clinicas (24,17%) e 92 intercorrências cirúrgicas (20,17%). Seguido pela região nordeste com 112 casos clínicos (7,02%) e 41 casos cirúrgicos (8,9%). Em penúltimo lugar a região centro-oeste com 15 casos clínicos (0,94%) e 2 casos cirúrgicos (0,43%), enquanto a região norte apresenta apenas 8 casos clínicos (0,50%) e 1 caso cirúrgico notificado (0,21%). Comparando os procedimentos realizados durante os 5 anos, houve um aumento progressivo no total de intercorrências nas regiões.

CONCLUSÕES

O risco-benefício das operações para tratamento da obesidade mórbida deve ser encarado em um contexto na qual a mesma é uma doença crônica, progressiva e que aumenta consideravelmente a morbimortalidade dos pacientes acometidos por essa afecção. Apesar do número elevado de tratamentos de intercorrências, apresenta baixas taxas de mortalidade cirúrgica e índices administráveis de complicações, o que explica o crescente aumento da sua realização.

Área

CIRURGIA DA OBESIDADE - METABÓLICA

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO TIRADENTES - Alagoas - Brasil

Autores

INGRID RAMALHO DANTAS DE CASTRO, MARCUS VINÍCIUS QUIRINO FERREIRA, MARILIA REBECCA FERREIRA RODRIGUES, MAÍRA RODRIGUES TEIXEIRA CAVALCANTE