Dados do Trabalho
TÍTULO
RUPTURA ESPLENICA ESPONTANEA: UM RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A ruptura esplênica espontânea é uma condição clínica rara que geralmente se apresenta como complicação de alguma patologia e, pode ser uma condição com risco de vida se não diagnosticada a tempo. Relatamos o diagnóstico de um homem com ruptura sem uma doença de base, assim como sua evolução e seu tratamento.
RELATO DE CASO
Masculino, 58 anos, procedente de Marau-RS, com história médica de AVC há 14 anos, varicocele há 10 anos e em uso diário de ácido acetilsalicílico, deu entrada na emergência do Hospital São Vicente de Paulo de Passo Fundo-RS apresentando dor abdominal de forte intensidade com início súbito em hipocôndrio esquerdo acompanhado de hematoquezia. Ao exame físico apresentava abdome globoso, distendido, doloroso à palpação profunda do quadrante superior esquerdo com ruídos hidroaéreos diminuídos, sem sinais de irritação peritoneal. Foram solicitados exames laboratoriais que evidenciaram um PCR elevado e tomografia de abdome com diagnostico de laceração esplênica de grau III com presença de líquido no espaço periesplênico e pélvico. Realizado esplenectomia de urgência com sucesso, retificando como laceração esplênica de grau IV. O paciente seguiu em acompanhamento durante a redação desse relato.
DISCUSSÃO
A ruptura esplênica espontânea é relatada em até 7% dos indivíduos, com mortalidade aproximada de 12,2%. Predomina em homens 2: 1, com média na idade de 45 anos. A ruptura pode ocorrer espontaneamente ou decorrente das neoplasias (30,3%), das infecções (27,3%) e de inflamação não infecciosa (20%). Deve-se considerar também o infarto esplênico, os distúrbios de coagulação, trombocitopenia, hipertensão portal, vasculite, trombose venosa do baço e as lesões esplênicas focais.
O sintoma mais comum é a dor abdominal no quadrante superior esquerdo, que pode tornar-se generalizada e ser acompanhada de palidez, taquicardia, hipotensão, oligúria e de choque hemorrágico. Dois sinais são particularmente importantes: o sinal de kehr (dor aguda no ombro devido a presença de irritantes na cavidade peritoneal homolateral) e o sinal de equilíbrio (massa palpável no quadrante superior esquerdo).
A ultrassonografia pode identificar o hemoperitônio. Porém, a tomografia computadorizada permite o diagnóstico precoce das lesões esplênicas espontâneas.
Conclui-se que a esplenectomia é o tratamento de escolha das rupturas espontâneas do baço. No entanto, o tratamento conservador nos pacientes estáveis hemodinamicamente pode ser considerado.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
Hospital São Vicente de Paulo, Passo Fundo-RS - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
Francisco da Silva, Estevão Ramon Chichelero, Fernanda Marcante Carlotto, Emanuela Nadal Ciapparini, Laíse Dias Ferreira, Caroline Inês Risson