Dados do Trabalho
TÍTULO
EXPLOSAO DE COLON DIREITO DURANTE ATO DE COLONOSCOPIA: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
A colonoscopia é usualmente aceita e usada como exame padrão-ouro para detecção e terapêutica de lesões do cólon. Nos dias atuais, os serviços de endoscopia digestiva estão cada vez mais aumentando o número desse procedimento, dada sua importância na prevenção do Câncer Colorretal. Entretanto, como qualquer procedimento médico, ela não é isenta de complicações. Estas podem estar relacionadas ao preparo do cólon, à sedação, à analgesia e ao exame colonoscópico propriamente dito.
A limpeza do cólon, além de permitir uma boa visualização da mucosa colônica, reduz a concentração de gases com potencial explosivo no lúmen intestinal. A explosão do cólon, apesar de rara, é considerada a complicação mais temida. Esta se deve à combinação de três fatores: presença de gases inflamáveis como hidrogênio e metano, presença de oxigênio e aplicação de uma fonte de calor.
O presente relato de caso tem como objetivo exemplificar uma explosão colônica em paciente durante exame de colonoscopia.
RELATO DE CASO
Paciente J.R., sexo feminino, 37 anos, encaminhada pelo ginecologista para realização de colonoscopia devido à condiloma em região anal. Realizou preparo com manitol 20% (seis frascos de 250 ml) + dimeticona (dois frascos) adicionados de 500 ml de suco de frutas. Durante o exame, observou-se pólipo subpediculado de 0,7 cm em cólon transverso, sendo executada exérese e cauterização em um único contato. De imediato, ocorreu um enorme barulho de explosão, verificando-se grande quantidade de sangue na lente do endoscópio e abertura para o meio cavitário. Foi encaminhada para intervenção cirúrgica (Colectomia Direita com anastomose primária) e evoluiu sem complicações no pós-operatório. Mantém acompanhamento no serviço.
DISCUSSÃO
A explosão de cólon durante a colonoscopia é uma complicação muito rara, necessitando de intervenção cirúrgica imediata. Vários fatores somados podem culminar com a fatalidade da explosão colônica. Dentre eles podemos citar a má preparação do cólon antes da realização do procedimento e a existência de gases hidrogênio e metano, produzidos pelas bactérias, no lúmen intestinal. Dessa forma considera-se que sua qualidade e segurança estejam intimamente relacionados a preparação intestinal. Acredita-se, ainda, que a troca gasosa executada durante o procedimento possa reduzir a concentração desses gases inflamáveis. Embora hajam relatos de que o manitol possa contribuir indiretamente com a produção desses gases, existem também trabalhos que comparam os diferentes preparos, colocando-o com riscos semelhantes aos demais. Sendo assim, ele continua sendo um dos mais usados no Brasil devido a sua eficiência e baixo custo.
Área
COLOPROCTOLOGIA
Instituições
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALZIRA VELANO - UNIFENAS - Minas Gerais - Brasil
Autores
GABRIEL SILVA RODRIGUES DE OLIVEIRA, AMANDA AZEVEDO, BRUNO BARROS DE PADUA ANDRADE, DEBORA CAVALCANTE ALVES, SABRINA SILVA RODRIGUES DE OLIVEIRA, SAMI JABBOUR, JOSE ADEMAR BALDIM, LUIZ CARLOS DE ANDRADE