Dados do Trabalho
TÍTULO
ESTRATEGIAS PARA REDUÇAO DO USO DE HEMODERIVADOS EM CIRURGIA CARDIOVASCULAR
OBJETIVO
Avaliar as estratégias adotadas por nossa equipe para reduzir o uso de sangue e hemoderivados em pacientes submetidos à cirurgia cardiovascular.
MÉTODO
Entre out/2005 e jan/2007 foram operados 112 pacientes. Destes, 58 (51,3%) do sexo masculino e 54 (48,2%) do sexo feminino. A idade variou de 13 a 82 anos (média de 50,99 anos). A estratégia utilizada consiste em: Uso de antifibrinolíticos, hemodiluição normovolêmica e reposição total do perfusato.
RESULTADOS
A transfusão de sangue se relaciona com ocorrência de reação transfusional, transmissão de infecção, aumento de morbidade e mortalidade pós-operatório, risco de imunossupressão, além do custo de internação, tornando o uso de hemoderivados um fator de risco independente de infecção pós-operatória.
Diversas causas expõem os pacientes a desenvolverem maior sangramento e possível necessidade de hemotransfusão. Dentre elas: 1. Cirurgia de urgência; 2. Choque cardiogênico; 3. Baixo IMC; 4. Disfunção severa de ventrículo esquerdo (FE<30%); 5. Idade < 74 anos; 6. Sexo feminino; 7. Hematócrito e hemoglobina baixas no pré-operatório; 8. Comorbidades ; 9. Creatinina > 1,8mg/dl; albumina < 4g/dl; 10. Reoperações; 11. TP baixo no pré-operatório; 12. Tempo de CEC. Dentre todas, a CEC é apontada como potencializadora para sangramento pós-operatório, por aumentar o consumo de fatores de coagulação, hemodiluição, hipotermia e a resposta inflamatória.
Hoje, propõe-se estratégias para reduzir o sangramento pós-operatório e minimizar a utilização de sangue e hemoderivados. Entre elas observa-se: 1. O preparo pré-operatório, com administração de eritopoietina ou ferro antes da cirurgia cardíaca e a coleta de sangue autólogo antes do procedimento cirúrgico; 2. Redução do volume do prime, utilização de hemoconcentradores, cell saving e BioPump, hipotermia moderada (30º-32º C), reinfusão de todo o sangue do circuito de CEC e uso de antifibrinolíticos, como aprotinina, ácido tranexâmico e ácido épsilon aminocapróico, bem como reinfusão do sangue coletado pela drenagem do mediastino nas primeiras seis horas de pós-operatório.
A média de utilização de hemoderivados por paciente foi de 1,33 UI de CH; 0,71 UI de PF; 0,8 UI de Crioprecipitados e 1,29 UI de Plaquetas. Em 68 pacientes (60,7%) não foram usados hemoderivados e somente 12 pacientes (10,7%) usaram mais de 04 UI de CH. Dos 27 pacientes cujo tempo de
CEC excedeu os 120 minutos (24,1%), 16 (59,3%) necessitaram de hemotransfusão. Apenas 3 (2,7%) desenvolveram coagulopatia, sendo 2 (1,75%) reoperados por sangramento. De três pacientes que desenvolveram coagulopatia, dois pertenciam ao subgrupo de pacientes idosos.
CONCLUSÕES
Na série apresentada, as medidas adotadas conseguiram reduzir a
necessidade de hemotransfusão no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Pacientes com tempo de CEC maior que 120 minutos tenderam a necessitar de hemotransfusão. A associação de cirurgia em pacientes idosos e tempo de CEC superior a 120 minutos ocasionaram maior utilização de sangue e hemoderivados no pós-operatório.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Uniceub - Distrito Federal - Brasil
Autores
Clara Demeneck Pereira, Maria Paula Meireles Fenelon, Thiago do Amaral Cavalcante, Marjorie Thomaz Moreira, Leonardo Jadyr Silva Rodrigues Alves, Helmgton Jose Brito de Souza, Ricardo Barros Corso, Isaac Azevedo Silva