Dados do Trabalho
TÍTULO
IMPLICAÇÕES DA INTENÇÃO DO MANEJO ENDOSCÓPICO E CIRÚRGICO ASSOCIADO AO USO DE STENTS NOS CASOS DE OBSTRUÇÃO COLÔNICA EM ONCOCIRURGIA
OBJETIVO
O câncer colorretal é uma doença maligna de elevada incidência anual. Aproximadamente, 29% dos acometidos se apresentam em emergência cirúrgica com quadro de abdome agudo obstrutivo desta etiologia, além disso até 13% dos pacientes tem quadros de obstrução como a primeira manifestação sintomática, condição, essa, que demanda imediata intervenção. A ressecção de emergência do tumor, apesar de ser tratamento padrão, relaciona-se com maiores taxas de morbimortalidade. Assim, estudos recentes têm avaliado positivamente o uso de stents no tratamento operatório, aplicando-os ou como ponte para cirurgia (BTS) de ressecção tumoral, ou como tratamento paliativo (PAL), em casos de metástase. Nesse sentido, considerar e avaliar a finalidade da inserção do stent pode ampliar reflexões sobre a evolução dos quadros, frente a esta emergência oncocirúrgica
MÉTODO
A presente revisão sistemática, baseada no protocolo PRISMA, foi realizada a partir de busca por seletos descritores, como “malignant colon obstruction”, “colorectal obstruction” e “emergency”, em bancos de dados indexados do PubMed, Scielo e Cochrane Library. A metanálise foi executada através do programa R software v3.5
RESULTADOS
Dos 758 artigos triados, 5 atenderam aos critérios de inclusão/exclusão, compondo a seleção final. Analisou-se, assim, um total de 854 pacientes acometidos por obstrução maligna do cólon. Quanto às complicações, não se observou diferenças nos desfechos entre os grupos de intervenção (p=0.88). Ademais, avaliaram-se os índices de sucesso técnico e clínico. O sucesso técnico apresentou média relativa de 92,3% em ambos os grupos, contudo, em comparação com o sucesso técnico, as taxas de sucesso clínico foram menores – em médias de 85,39% no PAL e 87,6% no BTS. Apesar disso, não se constatou associação entre a intenção dos procedimentos e os sucessos técnico (p=0.36) ou clínico (p=0.34). Outrossim, a mortalidade em 30 dias foi analisada, com 7,49% nos pacientes PAL e 1,92% no grupo BTS, todavia não foi observada, também, correlação entre o objetivo da intervenção e maior taxa de sobrevida (p=0.11)
CONCLUSÕES
Ante o exposto, o presente estudo não identifica correlação entre a inserção do stent e sua finalidade, com a ocorrência ou não de complicações, maior sobrevida ou melhores prognósticos. Sendo assim, pode-se questionar que a habilidade do profissional possa ter contribuído para esses resultados, já que a colocação do stent requer certa destreza técnica. Por fim, mais estudos são cruciais para averiguar possíveis correlações entre o quadro cirúrgico oncológico, o propósito do procedimento e a evolução dos pacientes
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
CBC-BAHIA - Bahia - Brasil
Autores
Joao Henrique Fonseca do Nascimento, Rebeca Ferreira de Souza, Selton Cavalcante Tomaz, Marcos Baruch Portela Filho, Adriano Tito Souza Vieira, Iago Miranda Oliveira Dórea, Andre Gusmao Cunha, Andre Bouzas de Andrade