TÍTULO

TIREOIDECTOMIA TOTAL POR CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREOIDE: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O câncer de tireoide é o tipo mais comum de neoplasia endócrina, representando cerca de 1-3% das malignidades. São diagnosticados mais frequentemente em mulheres, indivíduos com idade maior que 45 anos e previamente expostos à radiação ionizante, principalmente na infância. Cerca de 90-95% dos casos são classificados como carcinomas bem diferenciados, podendo assumir as variantes de carcinoma papilífero, correspondem a 75-80% dos casos, ou folicular.
São suspeitos todos os nódulos de rápido crescimento, endurecidos, aderidos aos tecidos adjacentes e que são acompanhados de gânglios cervicais ou sintomas compressivos (dispneia e disfonia). Com relação ao diagnóstico, todo nódulo tireoidiano palpável deve ser avaliado por ultrassonografia, seguida pela punção aspirativa por agulha fina (PAAF) com análise da citologia e classificação com base no sistema Bethesda, sendo esse o padrão-ouro. A base do tratamento dos carcinomas diferenciados de tireoide é cirúrgica, com tireoidectomia total ou parcial.

RELATO DE CASO

Paciente 45 anos, sexo feminino, com hipertireoidismo e nódulos tireoideanos, previamente diagnosticados por uma ultrassonografia com doppler de tireoide, realizou uma punção aspirativa por agulha fina (PAAF) que evidenciou carcinoma papilífero (Bethesda VI) e foi indicada uma tireoidectomia total eletiva. Durante ato cirúrgico, foram identificados nódulos visíveis em lobos direito e esquerdo da tireoide. Foi procedido com dissecção e retirada da tireoide que foi enviada para análise anatomopatológica. Não houve necessidade de esvaziamento cervical. As paratireoides e o nervo laríngeo recorrente estavam íntegros bilateralmente. Atualmente, paciente evoluiu bem, apresentando uma hipocalcemia leve assintomática e recebeu alta hospitalar com reposição oral de cálcio. Caso a avaliação histopatológica demonstre ressecção tumoral incompleta ou metástases linfonodais, a iodoterapia deverá ser instituída.

DISCUSSÃO

A tireoidectomia total, indicada nos casos de carcinoma papilífero, é um procedimento cirúrgico utilizado para tratar diversas doenças tireoidianas, como manejo de nódulos tireoideanos (maligno e benigno), hipertireoidismo, bócio obstrutivo e subesternal, por exemplo. A avaliação clínica, os exames de imagem, principalmente a ultrassonografia, e os exames laboratoriais são essenciais no pré-operatório e a necessidade de se realizar linfadenectomia deve ser avaliada. Os riscos da tireoidectomia total envolvem a lesão uni ou bilateral do nervo laríngeo recorrente, hipotireoidismo, hipocalcemia temporária ou permanente, hipoparatireoidismo secundário (complicação mais frequente), seroma e hematoma, sendo este um procedimento que requer extrema precisão. Dentre os benefícios desse procedimento estão a ressecção tumoral e a redução de novas abordagens cirúrgicas.