Dados do Trabalho


TÍTULO

MAXILECTOMIA E EXANTERAÇAO DE ORBITA PARA CARCINOMA BASOCELULAR REICIDIVADO: RELATO DE CASO NA AMAZONIA OCIDENTAL

INTRODUÇÃO

Os cânceres de pele do tipo não melanoma são os de maior incidência e prevalência em ambos os sexos, dentre eles, o carcinoma basocelular, descrito em 1827 por Jacob, destaca-se por ser a neoplasia maligna cutânea mais frequente( cerca de 75% desses tumores ).A exposição solar é o principal fator de risco para o CBC, onde os raios ultravioletas (UV) agem produzindo inúmeros fotoprodutos mutagênicos no DNA, que precisam ser reparados antes da divisão celular, caso a reparação não aconteça, pode dar-se origem a uma mutação no gene PTC, que induz o desenvolvimento deste tipo de tumor. Sua origem ocorre nas células basais da epiderme e do aparelho folicular e possui uma grande capacidade de destruição de tecidos como pele, cartilagem e inclusive ossos. Assim sendo, diante da expressividade epidemiológica do tema, além da escassez de publicações referentes a patologia em questão, o presente relato de caso configura-se um difusor de informação, na qual propõe intervenção cirúrgica, contornando as morbidades deixadas pela exérese da lesão.

RELATO DE CASO

Homem, de 58 anos, pardo, residente em Sena Madureira, AC, com história de ressecção de lesão em asa do nariz esquerdo há 1 ano, devido à carcinoma basocelular, retorna ao serviço com lesão ulcerada com 3 cm de profundidade. Pela tomografia computadorizada foi constatado comprometimento de base de órbita e maxila esquerdas, dificultando suas atividades diárias. Sem comorbidades, desconhecia histórico de neoplasia de pele na família.
No procedimento cirúrgico, conhecido maxilectomia, houve a retirada do processo frontal da maxila e a parte lateral do osso zigomático. Em função da invasão orbitária secundária do carcinoma basocelular foi realizada a exanteração orbitária total, a qual consiste na remoção do conteúdo orbitário, incluindo bulbo ocular, gordura orbitária, músculos perioculares, saco conjuntival e toda a pálpebra. Após o procedimento houve reconstrução da cavidade orbitária com o uso de retalhos da região frontotemporal. A área de rotação foi deixada descoberta com programação para enxerto posterior.

DISCUSSÃO

O carcinoma basocelular é a neoplasia maligna mais comum em humanos e sua incidência aumentou nas últimas décadas (4). Sua alta frequência sobrecarrega significativamente o sistema de saúde, tornando a doença é um problema de saúde pública (4). Esse relato de caso é apenas mais um dos inúmeros casos desse carcinoma no Brasil, em condições avançadas, como é o caso deste que apresenta uma lesão ulcerada recorrente.
O paciente desse relato já havia uma história de ressecção em asa de nariz, e quando chegou ao atendimento apresentava uma lesão ulcerada de aproximadamente 3 cm, evidenciando uma recorrência da lesão anterior.
Não foi relatado histórico familiar desse carcinoma no paciente, sendo uma das principais correlações existentes. No entanto, existem outros fatores de risco como fotótipos de pele clara, exposição à radiação U.V. (principal fator ambiental) e a presença de sardas na infância (4).

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE - Acre - Brasil

Autores

Danilo Milhomens da Neiva, Andersson Soares Moreira, Lucas Campos Rodrigues, Vanessa Gregório de Góes, Marco Antonio Guedes, Monaliza Lucio Mendes, Isabella Araújo Nobre, Hercules Magalhães Olivense do Carmo