Dados do Trabalho
TÍTULO
MESOTELIOMA PERITONEAL CISTICO BENIGNO: RELATO DE CASO
INTRODUÇÃO
O mesotelioma peritoneal cístico benigno é uma entidade pouco comum e de etiologia desconhecida, o procedimento cirúrgico é diagnóstico e curativo. Devido a raridade do tumor, a maioria das informações disponíveis na literatura estão descritas em relatos de caso. O mesotelioma é um tumor que ocorre no mesotélio, epitélio pavimentoso simples componente do revestimento de cavidades corporais, como as superfícies serosas. Portanto, tumorações nesse tecido podem ocorrer principalmente na pleura pulmonar, pericárdio e peritônio. A proliferação celular pode ser benigna ou maligna, e a diferenciação entre as entidades é feita através de exame imuno-histoquímico e análise histopatológica.
RELATO DE CASO
Neste artigo é descrito o caso da paciente LFK, 40 anos, do sexo feminino, que deu entrada no hospital das clínicas de Rio Branco – AC (HC – AC) com história de dor abdominal, com início há aproximadamente 2 anos, associada à massa palpável em baixo ventre e aumento do volume abdominal no mesmo período. Após tomografia de abdome total com contraste venoso indicando volumosa lesão expansiva cística multiseptada, a paciente foi submetida a laparotomia exploradora com biópsia incisional de lesão multicística abdominal, confirmando o diagnóstico de mesotelioma benigno peritoneal pelos resultados dos exames imuno-histoquímico e anatomopatológico. Em nova abordagem cirúrgica, foi laparotomia exploradora com ressecção de massa intra-abdominal (+/- 7,055 kg). A descrição cirúrgica inclui ainda peritoniectomia e omentectomia, devido implantes da lesão com biopsia de peritônio parietal em flanco e fossa ilíaca direita, lesão volumosa multisseptada cística com região de fibrose em reto alto, parede posterior de útero e vagina.
DISCUSSÃO
O procedimento cirúrgico é utilizado tanto para diagnosticar quanto para tratar o mesotelioma peritoneal benigno. A citorredução completa retira o tecido tumoral aparente e pode-se realizar ou não remoção de estruturas adjacentes, a depender da extensão da doença e do acometimento tecidual. O tratamento adequado, instituído a partir da particularidade de cada tumor, reduz as chances de reincidência da doença e dos sintomas, se estiverem presentes. Existem ainda, autores que recomendam um tratamento mais agressivo, pela chance de malignização do tumor, em que além da citorredução completa, é realizado quimioterapia intraperitoneal hipertérmica. O tratamento mais conservador, que consiste no acompanhamento de pacientes assintomáticos sem intervenção cirúrgica, também foi descrito na bibliografia.
Em qualquer abordagem escolhida, enfatiza-se a importância do acompanhamento regular do paciente. No caso deste relato, a cirurgia oncológica definiu que no momento não há mais conduta cirúrgica e encaminhou a paciente para o serviço de oncologia clínica, que definiu a conduta de seguimento e observação da paciente em consultas trimestrais no primeiro ano.
Área
MISCELÂNEA
Instituições
Fundação Hospital do Acre - Fundhacre - Acre - Brasil
Autores
MARCOS DANIEL DE SOUZA XAVIER, EDNALDO DE SOUZA SILVA, DAVID RICARDO LIMA CARNEIRO, SAMARA DUARTE OLIVEIRA, FERNANDA FACINCANI MEDEIROS BEZERRA, VANESSA DE FRANÇA DOMINGOS, VICTOR JUDISS LUMES, LAÍS FERREIRA DA CRUZ