Dados do Trabalho


TÍTULO

AVALIAÇAO DO USO DE CATETER DE LONGA PERMANENCIA EM PACIENTES EM QUIMIOTERAPIA - EXPERIENCIA DO AMERICAS CENTRO DE ONCOLOGIA INTEGRADO

OBJETIVO

Os cateteres de longa permanência são indicados aos pacientes em vigência de quimioterapia, tanto contínua ou intermitente, por sua melhor qualidade de vida e menores taxas de complicação quando comparados aos de curta duração. Entretanto, ainda há complicações inerentes à sua utilização. Séries de estudos mostram que cerca de 30% dos cateteres de longa permanência evoluem com complicações como trombose, edema, hematoma, flebite, extravasamento, fratura do cateter, infecção, ou migração, podendo levar à indicação de remoção precoce em até 15% dos casos. Apesar de sua crescente utilização por pacientes oncológicos nos últimos anos, não há evidências suficientes quanto à indicação de método preferencial para redução das complicações associadas. O presente estudo visa determinar a incidência de complicações no implante de cateter de longa permanência em pacientes do Americas Centro de Oncologia Integrado.

MÉTODO

Estudo descritivo retrospectivo, com análise documental de 79 pacientes entre Maio de 2017 a Fevereiro de 2019 incluindo categorização por diagnóstico, acesso cirúrgico, método e tempo de implante do cateter, assim como suas complicações associadas.

RESULTADOS

Dos 79 pacientes estudados na amostra, houve predominância do sexo feminino (67,1%), enquanto apenas 32,9% eram do sexo masculino. Houve variação importante nos diagnósticos, sendo câncer de mama o mais prevalente (27,8%), seguido por câncer colorretal (22,8%), linfoma (13,9%), câncer de pâncreas e pulmão (8,9%), câncer gástrico e sarcoma (6,3%), câncer de colo uterino, laringe, esôfago, e leucemia (1,3%). A técnica utilizada para introdução do cateter foi preferencialmente por punção (91,2%), sendo apenas 8,8% por dissecção, e a média de tempo de implante 54,4 minutos. A veia subclavia direita foi o sítio de escolha em 72,1% dos casos, seguido pela veia subclavia esquerda (14,7%), veias cefálica direita e jugular interna direita (4,4%), veia jugular interna esquerda e cefálica esquerda (2,9% e 1,5%, respectivamente). Apenas 6,3% dos procedimentos apresentaram complicações, sendo fratura do cateter e pneumotórax os de maior incidência (2,5%), e trombose a seguir (1,3%). Não foram encontradas outras complicações associadas ao decorrer do estudo. De todos os casos estudados, apenas 12,7% foram de retirada dos cateteres, sendo em sua totalidade pelo término do tratamento quimioterápico.

CONCLUSÕES

A taxa de complicações dos cateteres venosos centrais de longa permanência implantados no estudo mostrou-se inferior ao encontrado em séries estudos semelhantes relacionados de outros centros. O conhecimento técnico-científico e o tempo de experiência da equipe mostraram-se fatores decisivos na prevenção de complicações associadas aos implantes. Outros estudos e o seguimento deste são fundamentais para uma análise mais ampla a respeito do implante dos cateteres e suas complicações, visando manter a qualidade de vida ao paciente oncológico e reduzir a incidência de complicações.

Área

MISCELÂNEA

Instituições

Americas Centro de Oncologia Integrado - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Carlos Manoel Pedra Petto Gomes, Marcelo Sá de Araújo