Dados do Trabalho


TÍTULO

PEFURAÇAO DE RETO ALTO: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

A mortalidade decorrente de ferimento penetrante de cólon era de 90% na guerra civil norte americana tornava a cirurgia proibitiva e a conduta era expectante. Com advento das colostomias contribuiu para a redução da mortalidade para 30%. As lesões de reto causadas por introdução de corpos estranhos ou empalamento, apesar de constituírem a 2ª causa mais comum desse tipo de trauma na região, têm sido pouco divulgados na literatura. A introdução pode ser acidental, voluntária ou forçada, capaz de provocar lesões que variam desde efrações e hematomas na mucosa até perfurações do órgão e estruturas vizinhas, como vagina e bexiga. O diagnóstico é feito por meio de relato de história clínica (perda de sangue pelo reto); exame físico, fundamental para prever complicações secundárias; e toque retal, que permite avaliar a extensão da lesão, detectar presença de corpos estranhos ou sangue e de potenciais fraturas pélvicas. Não há consenso para o tratamento dessas lesões e seu manejo objetiva controlar hemorragias e reduzir a contaminação da cavidade intra-abdominal por sutura da lesão, colostomia, lavagem do coto distal, drenagem pré-sacra e antibióticoterapia.

RELATO DE CASO

EDA, 56 anos, masculino, vítima de lesão retal devido queda da própria altura sob cabo de vassoura, chegou ao Hospital Regional relatando dor há cerca de 24 horas após o incidente. Ao primeiro atendimento, foi observado irritação peritoneal, leucocitose e pneumoperitônio no radiografia de abdome. Optado por laparotomia exploradora, sendo evidenciada presença de secreção fecaloide em pelve e fossa ilíaca esquerda, lesão completa de parede postero-lateral direita de reto, com cerca de 1,5cm de diâmetro, discreta lesão de mesentério a cerca de 60cm do ligamento de Treitz. Realizada rafia da lesão seguido de colostomia à Hartmann, No pós-operatório, paciente fez uso de ciprofloxacino e metronidazol, tendo alta no 4DPO. O mesmo evoluiu com infecção de ferida operatória e deiscência da aponeurose, sendo submetido à ressíntese da mesma no 11DPO. Após a 2ª abordagem, teve alta no 6 DPO para programar reconstrução do trânsito. Após cerca de 1 ano, paciente retorna para reconstrução do trânsito intestinal sendo realizado redução de cólon para cavidade peritoneal com anastomose término-lateral entre coto distal e cólon rebaixado da colostomia prévia com grampeador circular. No 5 DPO, paciente teve alta para acompanhamento ambulatorial, evoluindo bem e sem novas intercorrências desde então.

DISCUSSÃO

Devido à alta taxa de mortalidade e morbidade a perfuração do reto necessita de um diagnóstico rápido e intervenção eficaz a fim de evitar complicações. O diagnóstico se baseia em história clínica, exame físico e toque retal. O tratamento é cirúrgico, podendo incluir sutura da lesão, lavagem do reto inferior e drenagem pré-sacra com conduta individualizada. As complicações incluem perfurações de órgãos e estruturas vizinhas, hemorragias e contaminação da cavidade intra-abdominal.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Uniceplac - Distrito Federal - Brasil

Autores

Ellen Cristine Pacheco Ramos , Carolline Damas de Andrade Oliveira , Silas Fernandes Cunha Junior , Gabriella Fernandes Trindade, Angélica Souza Duarte , Karolline Evangelista Souza