Dados do Trabalho
TÍTULO
IMPACTO DAS FASES DA APENDICITE AGUDA NO TEMPO DE PERMANENCIA HOSPITALAR DE PACIENTES EM UM HOSPITAL DE REFERENCIA EM SALVADOR, BAHIA.
OBJETIVO
Avaliar o tempo de permanência hospitalar (TPH) e a fase da apendicite aguda em pacientes do Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF) correlacionando os dias de internamento com as fases dessa enfermidade. Além disso, analisar o tempo médio de internamento das fases dessa doença e comparar os resultados encontrados com a literatura.
MÉTODO
Estudo observacional retrospectivo de janeiro de 2017 a agosto de 2018 realizado no Hospital Geral Ernesto Simões Filho, Salvador-BA, através da análise dos prontuários de 69 pacientes internados com o diagnóstico de apendicite aguda, onde foram avaliadas as variáveis tempo de permanência hospitalar e fase da apendicite aguda. O TPH foi avaliado em dias, enquanto a fase da apendicite aguda foi avaliada de I a IV, de acordo com a complicação: I-Edematosa; II-Flegmonosa; III-Supurativa; IV-Perfurativa, sendo também as fases I e II agregadas como apendicite não complicada e III e IV como apendicite complicada². Para avaliação dessas variáveis, foi realizada análise estatística simples e descritiva a partir do Programa Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS
Foram avaliados 69 pacientes com apendicite aguda, com média de idade de aproximadamente 32 anos, sendo 44 (63,8%) homens e 25 (36,2%) mulheres. 12 pacientes (17,39%) apresentavam apendicite na fase I, 19 (27,54%) fase II, 17 (24,64%) fase III e 21 (30,43%) fase IV. 31 pacientes apresentavam apendicite não complicada e 38 apresentavam apendicite complicada, assim, a maioria dos pacientes (55,07%) apresentou apendicite complicada. A maioria das apendicectomias realizadas foi do tipo aberta, com aumento do numero de realizações com o aumento da gravidade da enfermidade: fase I-50%; II-68,4%; III-82,35%; IV-90,5%. O tempo médio de internação foi de 5,53 dias, com desvio padrão (DV) de 6,4. A média do TPH aumentou nas fases mais avançadas da apendicite, sendo de 2,5 dias nos pacientes com apendicite fase I, 3,36 dias com fase II, 6,41 dias com fase III e 8,47 com fase IV. O tempo médio de internação foi de 3,096 dias (DV = 1,44) nos pacientes com apendicite não complicada e 7,55 dias (DV = 8,025) nos pacientes com apendicite complicada. Foi registrado um óbito durante a internação, sendo o paciente portador de apendicite grau III.
CONCLUSÕES
Na amostra analisada, a maioria dos pacientes apresentou apendicite aguda complicada, o que contrasta com o padrão encontrado na maioria dos estudos locais e internacionais¹. O tempo médio de permanência hospitalar de 5,53 dias foi maior do que o encontrado nos estudos recentes³. Uma das explicações para isso pode ser o fato de que as apendicites complicadas aparecem com mais frequência no HGESF¹. As fases mais comuns de evolução foram as fases II e IV. Como esperado, os pacientes com apendicite não complicada apresentaram TPH 59% menor que o grupo com apendicite complicada.
Área
URGÊNCIAS NÃO TRAUMÁTICAS
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - Bahia - Brasil
Autores
LEONARDO Guimarães Melo, Vinícius Lopes Moreira de Souza, Gabriela Chaves Celino